O caso dos meninos da Bahia segue trazendo revelações e comoção em todo o estado. O pai dos jovens cantores de arrocha, Samuel e Mateus, perdeu parte da memória após o acidente que tirou a vida dos filhos, em Presidente Tancredo Neves, no extremo sul da Bahia.
Segundo familiares, Josenilson Santana de Almeida, de 40 anos, não se recorda do que aconteceu no momento da colisão com uma caminhonete na BR-101. Ele acreditava estar sozinho na moto e entrou em choque ao descobrir a morte dos dois filhos, de 17 e 14 anos.
O pai foi transferido da UTI para a enfermaria do Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus, onde permanece em estado estável, ainda sem previsão de alta.
Revolta após o acidente
O motorista da caminhonete envolvida não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O delegado José Neri, responsável pela investigação, informou que o suspeito foi ouvido, mas liberado, já que não houve flagrante.
A revolta da população foi imediata. Após o acidente, a caminhonete foi incendiada por moradores indignados com a tragédia. O condutor alegou que deixou o local por medo de ser linchado e negou ter consumido álcool.
A Polícia Civil solicitou laudos de necropsia e de perícia do local para avançar na investigação.
O sonho interrompido
Samuel e Mateus estavam começando a despontar no arrocha. Com pouco mais de uma semana de carreira, já acumulavam mais de 200 mil seguidores nas redes sociais e haviam gravado em estúdio pela primeira vez.
A dupla sonhava em cantar ao lado de Pablo e da banda Toque Dez. A revelação foi feita pelo primo, Ronaldo Santos, durante o telejornal Bahia Meio Dia.
A morte repentina causou comoção também entre artistas. A banda Toque Dez publicou uma mensagem de luto nas redes sociais em homenagem aos irmãos.
Último adeus
Os corpos foram velados no povoado de Corte de Pedra, em Presidente Tancredo Neves, em cerimônia marcada por forte emoção. Amigos confeccionaram camisas com fotos dos meninos, enquanto aplausos marcaram a despedida no cemitério da cidade.
A diretora da escola onde eles estudavam, Neide, lembrou a energia contagiante dos irmãos:
“Eles cantavam na sala de aula enquanto faziam as atividades. Eram a alegria da escola.”
A tragédia reacende debates sobre imprudência no trânsito e sobre como sonhos podem ser interrompidos de forma inesperada.
Da Redação com informações g1
Foto: Reprodução Redes Sociais
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