Especialistas em psiquiatria, consultados pelo RJ2, examinaram as possibilidades sugeridas pela defesa em relação aos transtornos mentais que podem ter influenciado a percepção de Érika Souza sobre a morte de seu tio, Paulo.
Érika Nunes, representada por sua defesa, apresentou atestados médicos documentando uma série de transtornos mentais. Em 2022, uma psiquiatra descreveu uma dependência de medicamentos hipnóticos, juntamente com um quadro de depressão, relatos de pensamentos suicidas e alucinações auditivas. No ano subsequente, outro médico confirmou o diagnóstico de dependência química de sedativos e hipnóticos, encaminhando Érika para tratamento hospitalar.
Os especialistas consultados pelo RJ2 analisaram o comportamento de Érika por meio das imagens das câmeras de segurança da agência bancária. Essas imagens capturaram os eventos anteriores à cena amplamente divulgada, na qual Érika tenta obter a assinatura de seu tio, Paulo Roberto Braga, para um empréstimo de R$ 17 mil.
Novas imagens, reveladas pelo Fantástico, mostram Érika aguardando atendimento ao lado de seu tio, que estava imóvel e com a cabeça inclinada para trás. Momentos depois, enquanto esperava, Érika levantou a cabeça de seu tio e tocou sua testa com um papel. Mais tarde, ao ser chamada, Érika foi ao banheiro, deixando uma funcionária da agência cuidando de Paulo. Ela retornou seis minutos depois com um copo d’água para o tio.
Acompanhe as opiniões dos especialistas:
O professor Antônio Egídio Nardi, titular de psiquiatria da UFRJ, observa que os atestados indicam um quadro clínico grave, mas ressalta que as imagens do dia 16 mostram que Érika teve um comportamento adequado em todas as situações, exceto para compreender a morte de seu tio.
O psiquiatra forense Marcelo Migon acredita que as imagens sugerem que Érika estava consciente de suas ações ao levar seu tio ao banco, seguindo todas as instruções dadas a ela.
Por outro lado, o psiquiatra forense Hewdy Lobo sugere que Érika pode não ter estado completamente consciente devido aos medicamentos prescritos nos atestados, os quais têm o potencial de afetar a consciência.
A defesa de Érika anunciou que solicitará novos exames psiquiátricos e aguarda a análise do pedido de revogação de sua prisão preventiva.
Foto: Redes Sociais
Da redação do Acontece na Bahia
