Uma cena de viol3ncia dentro de uma escola infantil em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, gerou indignação e levou à prisão preventiva da professora Leonice Batista dos Santos, de 49 anos. Filmada pelas câmeras de segurança, ela aparece agredindo um menino de apenas 4 anos com uma pilha de livros. A criança perdeu um dente e teve outros cinco comprometidos, precisando iniciar um tratamento dentário com uso de aparelho.
A prisão ocorreu nesta sexta-feira (22), em Palmeira das Missões, no Norte do Rio Grande do Sul, após determinação judicial. O caso está sendo investigado como maus-tratos qualificado por lesão grave, mas a polícia também não descarta a possibilidade de enquadrar a conduta como tortura.
O vídeo e a denúncia dos pais
As imagens mostram a professora discutindo com a criança, em seguida levantando uma pilha de livros e atingindo o menino. O impacto é tão forte que o som da batida pode ser ouvido no vídeo. Após a agressão, ela tenta limpar o rosto do garoto e o conduz para outra sala.
Inicialmente, os pais foram informados pela própria educadora de que o filho havia caído no banheiro e batido a boca. Porém, ao levarem o menino a uma dentista, ouviram que os ferimentos não eram compatíveis com uma simples queda. A desconfiança levou os responsáveis a solicitar as imagens das câmeras da escola, que revelaram a viol3ncia sofrida pelo aluno.
Escola demitiu imediatamente a profissional
A direção da Escola Infantil Xodó da Vovó, onde estudam cerca de 90 crianças, afirmou ter afastado e, em seguida, demitido a professora logo após tomar conhecimento do vídeo. A instituição também acompanhou os pais até a delegacia e entregou as gravações à polícia.
Em nota oficial, a escola declarou:
“Lamentamos profundamente o ocorrido, reforçamos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar dos alunos e estamos colaborando integralmente com as autoridades para que a responsabilização seja feita.”
Outras denúncias
A repercussão do caso encorajou outras famílias a procurarem a polícia. Pelo menos dois boletins de ocorrência adicionais foram registrados contra a professora, com relatos de supostas agressões a outras crianças. Esses depoimentos também passarão a integrar o inquérito policial.
Situação da criança
O menino, que frequentava a escola havia apenas dois meses, enfrenta agora uma rotina restrita de alimentação e tratamento médico. O pai desabafou sobre a situação:
“É muito difícil ver meu filho se alimentando de canudinho, com medo de qualquer barulho, até dentro de casa. Isso não se faz, é um trauma que vai ficar para sempre. Queremos justiça.”
Apesar do sofrimento, a família afirma não responsabilizar a escola e ressalta que busca apenas a punição da agressora.
Defesa em silêncio
Na delegacia, a professora permaneceu em silêncio durante o interrogatório, acompanhada de um advogado. A defesa ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
Investigação segue em andamento
A delegada Thalita Giacomiti Andriche destacou que o inquérito está em fase de coleta de depoimentos e análise das provas. A prisão preventiva foi decretada para garantir a segurança das crianças e evitar qualquer interferência na investigação.
O episódio expõe um alerta sobre a importância da confiança entre famílias e instituições de ensino, além da necessidade de mecanismos de fiscalização para garantir a proteção dos alunos.
Da Redação com informações G1
Foto: Reprodução Polícia Civil SC
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