O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Penal do Distrito Federal apresente, em até 24 horas, um relatório detalhado sobre a escolta realizada no domingo (14), durante a permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro no Hospital DF Star, em Brasília.
Na decisão, Moraes exige informações sobre o veículo utilizado, os agentes responsáveis pela segurança dentro do quarto e o motivo pelo qual o transporte não ocorreu imediatamente após a liberação médica. O magistrado destacou que a movimentação atípica pode ter comprometido protocolos de segurança.
Imagens registradas pela imprensa mostraram que Bolsonaro permaneceu cerca de seis minutos ao lado do carro, cercado por amigos e apoiadores que cantaram o hino nacional e gritaram palavras de incentivo. Nesse período, o médico Cláudio Birolini detalhou os procedimentos realizados, reforçando que a saúde do ex-presidente ainda inspira cuidados.
Quadro de saúde
Segundo o boletim médico, Bolsonaro passou por cirurgia para a retirada de oito lesões de pele no tronco e no braço direito, que foram encaminhadas para biópsia. O relatório também indicou anemia por deficiência de ferro e resquícios de pneumonia por broncoaspiração.
O tratamento inclui reposição de ferro endovenosa, cuidados contra refluxo e hipertensão e medidas preventivas para evitar complicações respiratórias. De acordo com o médico, Bolsonaro está “bastante fragilizado”, especialmente por causa da idade e do histórico de múltiplas intervenções cirúrgicas.
Debate político e jurídico
O estado de saúde do ex-presidente já vem sendo usado por advogados e aliados para defender que ele cumpra a pena imposta pelo STF em regime domiciliar. Segundo relatos de amigos próximos, Bolsonaro teme ser levado ao Complexo Penitenciário da Papuda, onde avalia não haver condições adequadas de atendimento médico.
A decisão de Moraes sobre a Polícia Penal reacende o debate em torno da execução da pena e do equilíbrio entre a segurança institucional e o direito à saúde. O ministro quer entender por que houve demora na saída do hospital e se houve falhas ou conivência por parte dos agentes de escolta.
Clima de tensão
Enquanto a defesa insiste em condições especiais para o cumprimento da pena, apoiadores de Bolsonaro seguem promovendo manifestações em frente ao hospital e em pontos estratégicos de Brasília. Muitos deles, assim como seus amigos mais próximos, interpretam as cobranças de Moraes como uma tentativa de constranger ainda mais o ex-presidente.
O relatório da Polícia Penal deve ser entregue ainda nesta semana e pode servir de base para novas medidas judiciais.
Da Redação com informações do Jovem Pam News
Foto: Reprodução / Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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