O cantor e compositor Milton Nascimento, de 82 anos, foi diagnosticado com demência por corpos de Lewy (DCL), uma das condições neurodegenerativas mais comuns no mundo. A informação foi revelada nesta quinta-feira (2) pelo filho e empresário do artista, Augusto Nascimento, em entrevista à revista Piauí, e confirmada pelo g1.
Segundo Augusto, os primeiros sinais apareceram ainda em 2025, quando percebeu lapsos de memória, olhar fixo e repetição de histórias pelo pai. Também foram notadas mudanças no apetite e no comportamento. Esses sintomas levantaram suspeitas e levaram a uma série de consultas médicas e exames realizados em abril, que confirmaram o diagnóstico.
O clínico geral Weverton Siqueira, que acompanha Milton há uma década, disse ter se assustado com a piora cognitiva e solicitou novos testes, que indicaram o avanço da doença.
A demência por corpos de Lewy é causada pelo acúmulo anormal de proteínas chamadas alfa-sinucleínas no cérebro, afetando de forma progressiva a memória, os movimentos e o comportamento. O quadro combina características semelhantes às do Alzheimer e sintomas motores próximos ao Parkinson — doença que Milton já havia sido diagnosticado anteriormente.
Apesar da gravidade, Augusto contou que pai e filho decidiram realizar uma viagem especial antes da conclusão médica. Eles percorreram os Estados Unidos em um motorhome, passando por estados como Arizona, Utah, Idaho, Wyoming e Montana.
“Quando vi que meu pai apresentava uma piora no quadro cognitivo, perguntei ao médico se seria uma loucura fazer uma viagem de motorhome com ele. Ele disse que, se fosse, era agora”, relatou Augusto à revista.
A família ressaltou que essa será a única manifestação pública sobre o estado de saúde do cantor.
Milton Nascimento se aposentou dos palcos em 2022, após a turnê A Última Sessão de Música, mas continuou presente em colaborações e homenagens. Em 2025, foi celebrado pela escola de samba Portela, no Rio de Janeiro, com o enredo Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol.
O diagnóstico de DCL reacende discussões sobre a importância da detecção precoce e do acompanhamento médico especializado em doenças neurodegenerativas, que atingem milhões de pessoas em todo o mundo.
Fonte: Da Redação com informações do G1
Foto: reprodução/Augusto Nascimento