A morte da médica Daniele Barreto, de 46 anos, está cercada de mistérios e reforça a dramaticidade de um dos casos criminais mais comentados em Sergipe. Horas após retornar ao Presídio Feminino de Nossa Senhora do Socorro, na tarde d terça-feira (9), ela foi encontrada sem vida dentro da unidade prisional.
Segundo informações da Secretaria de Justiça de Sergipe, Daniele apresentava sinais de suicídio. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas a equipe constatou o óbito ainda no local. A polícia abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte.
Retorno ao presídio após internação psiquiátrica
Daniele havia passado oito dias internada em uma clínica psiquiátrica particular. O motivo da internação não foi divulgado. Ela retornou à prisão após decisão judicial que determinou acompanhamento médico dentro do presídio.
Durante audiência de custódia, a defesa informou que Daniele sofria de Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). Ainda assim, o Supremo Tribunal Federal (STF) havia revogado a prisão domiciliar da médica no fim de agosto.
O advogado da acusada, Fábio Trindade, lamentou a decisão judicial: “Daniele foi retirada de um tratamento por tempo indeterminado. Isso constava nos autos”, afirmou.
Acusação pelo assassinato do marido
Daniele Barreto respondia pela morte do marido, o advogado criminalista José Lael Rodrigues Júnior, de 42 anos, assassinado em outubro de 2024, na Zona Sul de Aracaju. O crime aconteceu quando dois homens em uma motocicleta dispararam contra o carro em que Lael estava com o filho adolescente.
Lael morreu no local, enquanto o filho sobreviveu após ser atingido por um disparo. As investigações apontam que a médica teria informado a localização do marido aos executores e que pessoas próximas a ela participaram do planejamento.
A polícia afirma ainda que imagens de câmeras de segurança registraram a amiga e a secretária de Daniele encontrando os suspeitos pouco antes do crime.
Prisão e desdobramentos
Daniele foi presa em novembro de 2024, junto com outros seis suspeitos. Após meses no presídio, conseguiu prisão domiciliar em maio de 2025, mas retornou à unidade em setembro, após nova decisão judicial.
No início do mês, parte de sua equipe de defesa abandonou o caso, alegando inadimplência contratual. Esse movimento aumentou a fragilidade do processo de defesa e deixou a acusada em situação ainda mais delicada.
O que acontece agora
A morte da médica deve atrasar o andamento do processo, que já contava com oito réus. A polícia investiga se houve falhas no acompanhamento psicológico e psiquiátrico dentro da prisão, e a Secretaria de Justiça prometeu abrir sindicância interna.
Enquanto isso, a família da vítima, o advogado Lael Rodrigues, acompanha os desdobramentos do caso. Para eles, a morte de Daniele não elimina a necessidade de punição dos demais envolvidos.
Da Redação com informações G1
Foto: Reprodução Redes Sociais
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