Mandetta manda direta: “Médicos não sabem fazer guerra e os generais não sabem fazer saúde”

Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

Após a sua saída, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, observou uma grande ocupação de militares no órgão.

Em apenas um mês de trabalho, o atual ministro interino, o general Eduardo Pazuello, já nomeou cerca de 20 militares para cargos de relevância dentro do órgão. Exercendo uma comunicação menos frequente com a população e ocultando alguns dados em virtude de outros, as gestões recentes do Ministério estão decepcionando, afirma Mandetta:

“Foi decepcionante, foi chato. Os médicos não sabem fazer guerra e os generais não sabem fazer saúde. A história vai dizer, os números vão dizer, desde que se tenha clareza e que não haja censura a eles.” Desabafou Mandetta, em entrevista a AFP.

Mandetta deixou o cargo após desentendimentos com o presidente Bolsonaro, pois ambos divergiam sobre estratégias de combate a pandemia. Ele também falou que foi procurado e está ajudando voluntariamente alguns gestores, mas que, depois de ter saído do Ministério, nunca foi procurado pro seus sucessores.

Teich, sucessor direto de Mandetta, deixou o cargo depois de menos de um mês da sua nomeação, demonstrando também descompasso com as decisões presidenciais. Contudo, a atual gestão parece seguir protocolos coniventes com as instruções do presidente, endossando o seu discurso.

Da Redação do Acontece na Bahia.