Uma tensão diplomática sem precedentes estremece a relação entre Brasil e Estados Unidos. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva reagiu nesta terça-feira (9) com firmeza à ameaça do governo americano, que mencionou até o possível uso de “poder militar” ao comentar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
A condenação brasileira foi articulada pelo Ministério das Relações Exteriores e marcou posição histórica em defesa da soberania nacional. Em nota oficial, o Itamaraty repudiou a fala da Casa Branca com um tom direto:
O governo brasileiro condena o uso de sanções econômicas ou ameaças de força contra a nossa democracia.
A declaração foi uma resposta à porta-voz Karoline Leavitt, que havia justificado a postura norte-americana como defesa da “liberdade de expressão”. Brasília, no entanto, rebateu afirmando que a verdadeira liberdade só existe quando se protege a democracia e se respeita a vontade popular expressa nas urnas, sem pressões externas.
Sanções e tensões crescentes
A crise diplomática ganha contornos políticos mais profundos. O Planalto vê nas declarações americanas uma tentativa de apoiar forças antidemocráticas que tentam deslegitimar o processo judicial brasileiro.
O Itamaraty ainda aponta que a ofensiva dos EUA tem ligação com articulações de Eduardo Bolsonaro em Washington, onde buscou respaldo internacional para pressionar o Judiciário brasileiro em favor do pai.
Em resposta, os Estados Unidos já aplicaram medidas concretas: elevaram tarifas de importação em 50% sobre produtos brasileiros e incluíram autoridades nacionais em listas de sanções. O principal alvo é o ministro Alexandre de Moraes, relator do julgamento no STF, atingido pela Lei Magnitsky, que impede sua entrada em território americano.
Para o governo brasileiro, trata-se de um caso grave de ingerência internacional que coloca à prova a independência das instituições nacionais e reacende um debate sobre soberania em pleno século XXI.
Da Redação com informações Metrópoles
Foto: Reprodução / Reuter/Yuri Gripas e Marcelo Camargo/Agência Brasil
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