O Supremo Tribunal Federal deu início nesta terça-feira (2) ao processo que coloca no banco dos réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados acusados de envolvimento em uma trama golpista. O primeiro dia foi marcado por embates entre a Procuradoria-Geral da República e as defesas, além de momentos de tensão entre ministros e advogados.
Logo pela manhã, o ministro Alexandre de Moraes apresentou o relatório do caso, seguido pela sustentação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que afirmou que o plano golpista “já estava em curso” durante reuniões ministeriais no governo. Segundo ele, não se tratava de mera cogitação, mas da execução prática de uma ofensiva contra a democracia.
À tarde, os advogados começaram a defender seus clientes. A defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, contestou a validade de sua delação premiada. Já a equipe do deputado Alexandre Ramagem rebateu a acusação de que documentos investigados teriam sido usados para favorecer Bolsonaro. Houve ainda questionamentos sobre a atuação da Procuradoria e até pedidos para anular trechos de provas.
Do lado dos ministros, Cármen Lúcia interveio em um dos discursos para corrigir a interpretação de um advogado sobre o voto impresso, reforçando que o processo eleitoral brasileiro já é auditável.
Com forte aparato de segurança em Brasília, a sessão terminou sem votos, mas expôs as linhas de defesa dos acusados e a dureza da acusação. O julgamento continua nesta quarta (3) e deve se estender por várias sessões ao longo de setembro, em uma das ações mais acompanhadas do Supremo nos últimos anos.
Da Redação com informações Bacci Notícias
Foto: Reprodução Antonio Augusto
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