Empresário doa quentinhas para pessoas em situação de rua em Salvador durante pandemia do coronavírus

Durante o período de quarentena, orientado pelas autoridades baianas, o grupo de mergulho Submerso Sup Dive decidiu imergir em outro propósito. Com as atividades temporariamente suspensas, o empresário Robson Oliveira, de 37 anos, resolveu reunir a família e funcionários para ajudar pessoas em situação de rua. Eles doam quentinhas, materiais de higiene pessoal e vestimentas, no Porto e Farol da Barra e Centro de Salvador. Até animais estão sendo beneficiados com água e ração.

Tudo começou quando, no meio do isolamento social, Robson precisou dar uma passada em sua loja de mergulho, que fica no Porto da Barra, e foi abordado por pessoas que vivem nas ruas do bairro nobre da capital. “Saí e comprei comida para eles. Na volta, tive a ideia de começar uma campanha, aproveitar a quantidade de seguidores que temos nas nossas redes sociais e pedir ajuda. Daqui um tempo eles iam sentir fome e começar a arrombar os estabelecimentos”, conta.

Foi então que o empresário trocou likes por doações. O perfil da loja tem mais de 27 mil seguidores e é por lá que saem as contribuições. “O número de quentinhas depende da quantidade de alimentos doados. “Geralmente, a gente fica entre 200 a 300 por dia, ajudando cerca de 2.100 pessoas por semana. Nosso foco é alimento, mas aceitamos tudo. As doações em dinheiro, a gente usa para comprar gás, pagar combustível…e eu faço questão de enviar a nota fiscal para quem doou”, explica o empresário, que conta com a ajuda da namorada, Daniela, o irmão, Fábio, a cunhada, Tânia, e mais um funcionário, André.

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As manhãs de segunda a sábado são dedicadas à preparação do ‘prato do dia’. Robson e sua cunhada, Tânia, coziam oito quilos de feijão, mais acompanhamentos, embalam as quentinhas e ele sai com o André por volta das 12h, distribuindo os almoços entre o próprio Porto, o Farol da Barra, o bairro do Campo Grande e a Praça da Piedade. “A gente pensou que não adianta dar cestas básicas, porque uma pessoa em situação de rua não tem onde cozinhar. Por isso, a gente mete a mão na massa”.

Além das quentinhas, o projeto distribui roupas doadas, materiais de higiene pessoal e ração e água para os animais que encontram pelo caminho. E, claro, seguem à risca as orientações do Ministério da Saúde de usar proteção durante esse período de pandemia. “Nós usamos máscaras, luvas e álcool em gel. Tomamos todos os cuidados. Estamos há 12 dias nessa campanha e émuito gratificante”, resumindo o sentimento de quem faz o bem.

O próximo passo do grupo é cadastrar os trabalhadores informais do Porto da Barra no Auxílio Emergencial, programa do Governo Federal que vai beneficiar pessoas sem renda fixa com R$ 600, durante três meses. Vendedores de queijo, cerveja, barraqueiros e afins que desejarem receber o ‘coronavoucher’, precisam levar o documento até a loja. O resto é com a equipe de Robson. “Sei que muitos não têm Internet ou não sabem manusear essas coisas. Vamos ajudar para que ninguém perca mais esse apoio”, conta.

Robson é pai de quatro crianças e revela que está vivendo de reservas financeiras, mas reforça a importância do comércio fechado e do isolamento social contra o avanço do novo coronavírus (Covid-19). “Acho que, quem pode, tem que ficar em casa, porque não adianta todo mundo trabalhar doente. A situação está puxada e é isso mesmo, um ajuda o outro”, diz o empresário, que garante que vai manter as quentinhas enquanto houver doações, mesmo após a volta à normalidade.

QUEM QUISER CONTRIBUIR COM A CAMPANHA, PODE ENTRAR EM CONTATO NO NÚMERO (71) 9 8705-6860 / 3264-0935.

(Do Aratu ON| Divulgado para incentivar as doações)