Um crime bárbaro e comovente chocou o interior do Amazonas nesta quinta-feira (9). Um jovem indígena da etnia Sateré-Mawé foi apreendido suspeito de assassinar os próprios irmãos, de apenas 2 e 5 anos de idade, dentro de uma aldeia próxima ao município de Barreirinha, a 330 km de Manaus.
Segundo informações da Polícia Civil, o adolescente confessou o duplo homicídio e relatou ainda ter matado o cachorro da família antes de cavar covas para enterrar as vítimas. O caso veio à tona após a mãe das crianças encontrar a cena do crime e acionar as autoridades locais.
A brutalidade do ato causou revolta e comoção entre os moradores da comunidade indígena, levando as forças de segurança a agirem com cautela para evitar conflitos.
Confissão e motivações sob investigação
Durante o depoimento, o jovem afirmou que teria cometido os assassinatos a mando de um tio, hipótese que agora está sendo apurada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM). A equipe de investigação tenta confirmar se o parente realmente teve participação no crime ou se o adolescente agiu sozinho.
De acordo com as autoridades, o jovem foi levado inicialmente para a 42ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), em Barreirinha, mas precisou ser transferido após moradores tentarem invadir o prédio da delegacia em um ato de revolta.
“Foi uma ocorrência extremamente delicada. A comunidade está abalada e exige respostas rápidas. Estamos trabalhando para entender o contexto e as motivações do crime”, afirmou um agente da Polícia Civil que acompanha o caso.
Tragédia abala comunidade Sateré-Mawé
A etnia Sateré-Mawé, uma das mais tradicionais da região amazônica, vive um momento de luto e comoção. O crime abalou profundamente os moradores da aldeia, que agora buscam amparo espiritual e emocional.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Conselho Tutelar acompanham a situação, prestando apoio à família e às lideranças locais. Segundo relatos, rituais de despedida das crianças estão sendo realizados conforme as tradições culturais da comunidade.
Investigação continua
A Polícia Civil mantém as diligências na área rural de Barreirinha para esclarecer o envolvimento de possíveis cúmplices. O adolescente segue sob custódia e deve passar por avaliação psicológica e acompanhamento do Ministério Público.
As autoridades também investigam se o crime tem motivação ritualística, familiar ou psicológica, dada a gravidade e a frieza relatada durante o depoimento.
Enquanto isso, a pequena aldeia tenta se recompor da tragédia. “É uma dor que não tem explicação. Todos aqui estão em choque”, disse uma moradora que preferiu não se identificar.
Fonte: Da Redação com informações do CM7 Brasil
Foto: reprodução/ PCAM