Caso Soraya: filho que matou mãe pode ser condenado a mais de 40 anos

O filho de uma professora de Belo Horizonte acusado de cometer um crime brutal contra a própria mãe pode enfrentar uma pena superior a 40 anos de prisão. O caso, que ficou conhecido como “Caso Soraya”, envolve Matteos França, de 32 anos, denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) após a morte da mãe, Soraya Tatiana, de 56 anos.

Discussão, dívida e crime

De acordo com as investigações, mãe e filho discutiram de forma acalorada por questões financeiras. Matteos estava endividado por jogos online e empréstimos consignados, o que teria gerado pressão em casa. Em depoimento, ele afirmou que sofreu um “surto” durante a briga e acabou enforcando Soraya.

O delegado Álvaro Homero Huertas dos Santos relatou que a situação evoluiu rapidamente para violência:

“Ele alega que, durante a discussão, os dois se levantaram em direção ao outro, e ele acabou enforcando a mãe”, disse.

Ocultação do corpo

Após o crime, o filho colocou o corpo da mãe no porta-malas do carro dela e dirigiu até Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O corpo foi encontrado em 20 de julho sob um viaduto da Avenida Adélia Issa, parcialmente coberto por um lençol.

Imagens de câmeras de segurança confirmaram o trajeto do veículo, desmentindo a versão inicial de Matteos, que dizia que o carro não havia saído da garagem. Manchas de sangue também foram localizadas no automóvel.

Prisão e denúncia

Matteos foi preso na casa do pai, sem resistência. Apesar de afirmar arrependimento, ele chegou a registrar ocorrência do desaparecimento da mãe e participou das buscas, tentando enganar familiares e autoridades.

Segundo a denúncia do MPMG, o acusado vai responder por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. Como o feminicídio se tornou tipo penal autônomo em 2024, a pena prevista pode chegar a 40 anos, com acréscimo de até cinco anos pelas demais acusações.

“O feminicídio, ainda que cometido contra a mãe, enquadra-se no contexto de violência doméstica. A frieza do ato chama a atenção”, destacou o promotor Cláudio Barros.

Julgamento

O processo será analisado pelo Primeiro Tribunal do Júri de Belo Horizonte. Na audiência de instrução, testemunhas de acusação e defesa serão ouvidas. Só então o juiz decidirá se o filho será levado a júri popular.

Enquanto isso, a família e a comunidade acadêmica onde Soraya lecionava cobram justiça e lembram dela como uma professora dedicada e querida pelos alunos.

Da Redação com informações do Bacci Notícias

Foto: Reprodução/ Redes Sociais

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