Após deixar pela primeira vez a prisão domiciliar no último sábado (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (18), o atestado médico que comprova sua ida ao hospital DF Star, em Brasília. O documento foi anexado aos autos do processo por determinação do ministro Alexandre de Moraes, responsável pela condução do caso.
De acordo com a decisão, o ex-chefe do Executivo está autorizado a sair de casa apenas em situações estritamente médicas, como consultas, exames e procedimentos de urgência, desde que apresente comprovação formal ao tribunal. A medida busca reforçar o cumprimento das restrições impostas desde o início de agosto, quando a prisão domiciliar foi decretada.
Detalhes do atestado médico
No hospital, Bolsonaro foi submetido a uma endoscopia, exame que revelou persistência de inflamações no sistema digestivo. Embora o boletim médico tenha registrado melhora parcial, as condições de saúde do ex-presidente ainda exigem tratamento contínuo.
O laudo anexado ao STF destacou que foram identificados sinais de esofagite e gastrite, em intensidade menor do que em avaliações anteriores. O relatório também citou a necessidade de atenção para outros problemas de saúde já conhecidos, como hipertensão arterial, doença aterosclerótica das artérias carótidas e coronárias, além de dislipidemia. O documento alertou ainda para cuidados preventivos contra broncoaspiração.
“O exame endoscópico evidenciou persistência da esofagite e da gastrite, menos intensas, porém com necessidade de tratamento medicamentoso contínuo. O paciente deverá manter acompanhamento clínico e medidas preventivas”, diz trecho do relatório médico.
Prisão domiciliar em vigor desde agosto
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada em 4 de agosto, após o político descumprir medidas cautelares impostas pelo STF. Entre as restrições ignoradas, está o uso indevido das redes sociais, considerado pelo tribunal um risco à ordem pública.
O ministro Alexandre de Moraes determinou que o ex-presidente permaneça em casa, com exceção de deslocamentos médicos comprovados, como ocorreu neste último fim de semana. O descumprimento das condições pode resultar no endurecimento das medidas judiciais.
Além da restrição de liberdade, Bolsonaro também enfrenta processos relacionados a investigações sobre tentativa de golpe de Estado em 2022 e ataques ao sistema eleitoral brasileiro. As apurações correm em diferentes frentes e envolvem outros aliados do ex-presidente.
Repercussão política
A entrega do atestado ao STF gerou comentários de aliados e opositores. Para apoiadores, a postura do ex-presidente demonstra que ele está disposto a cumprir rigorosamente as determinações judiciais. Já críticos lembram que a medida é apenas uma obrigação legal, não um gesto voluntário.
Analistas políticos avaliam que o episódio mostra a vigilância permanente sobre a rotina de Bolsonaro durante o período de prisão domiciliar. Cada passo fora da residência é monitorado e precisa de comprovação oficial. Isso mantém o caso em evidência no cenário político nacional e reforça o clima de polarização.
Estado de saúde e próximos passos
Apesar dos problemas de saúde apontados, médicos informaram que o quadro clínico de Bolsonaro é estável e não exige internação no momento. Ele seguirá em acompanhamento ambulatorial, com prescrição de medicamentos para controlar inflamações e reduzir riscos cardiovasculares.
Fontes próximas ao ex-presidente afirmaram que ele deve manter uma rotina discreta, limitada a tratamentos médicos e compromissos jurídicos, enquanto a defesa trabalha em recursos para tentar flexibilizar as medidas impostas pelo STF.
Por ora, não há previsão de novas autorizações para que Bolsonaro deixe a residência além das consultas médicas. O tribunal continuará exigindo atestados e laudos oficiais sempre que houver deslocamentos, em cumprimento às condições da prisão domiciliar.
Fonte: Bacci Noticias
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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