Após troca de advogado, Monique acusará o vereador: ‘Vai morrer abraçada a Jairinho?’

Nesta quinta-feira (22), o advogado recém contratado pela família de Monique Medeiros da Costa e Silva para representa-la diante da polícia Civil fez a seguinte pergunta para a mãe do menino Henry: “você vai querer morrer abraçada a Jairinho?”. Com isso, o advogado Hugo Novais argumentou que havia necessidade de uma mudança radical em sua estratégia de defesa.

Jairinho:

Separado duas semanas atrás por quilômetros de distância, ela foi para o Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niteroi, e o vereador para Bangu 8. Os dois moravam com Henry, que morreu no dia 8 de março apresentando 23 lesões incompatíveis com uma queda da cama, versão defendida por Monique e Jairinho até serem presos.

“Monique não quer acusar ninguém. Quer apenas se defender. Passou informações diferentes para a polícia em seu primeiro depoimento. A família optou em contratar uma defesa para que ela não seja responsabilizada por algo que não fez. Ela não concorda de modo algum com o que aconteceu. Pelo contrário, está sofrendo pela morte do filho e por seguir presa pelo que não fez” Argumenta Novais.

“Com a separação da defesa de Monique e do vereador, isso vai ficar mais claro. Ela não vai morrer abraçada a Jairinho”, afirmou ainda o Advogado.

O vereador e a professora eram representados pelo advogado André França Baretto, contratado por Jairinho. Entretanto, notícias e comentários em redes sociais levaram a professora a pensar que não estaria sendo defendida da maneira correta, chegando a enviar a mensagem para Jairinho:

“Vou procurar outro advogado. Sabe por quê? Porque ele é o seu advogado, não o meu”, escreveu, para completar: “Se for para defender alguém, será você, não a mim”. “Estou embrulhada com tantos comentários que estou lendo ao meu respeito”, finalizou Monique.

“Havia um domínio da situação por parte dele. A família de Monique entendeu que ela não era defendida. A nossa estratégia é que, agora, Monique diga a verdade” — afirma o advogado.

Conclusão do inquérito

O advogado Hugo Novais ainda tenta convencer a polícia a ouvir um outro depoimento de Monique, tentou, inclusive, recorrer ao Ministério Público para tentar garantir um segundo relato da professora ao delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (barra da tijuca) e responsável pela condução do inquérito sobre a morte de Henry.

Hugo argumenta que assim como a babá e a empregada doméstica da família, que foram ouvidas duas vezes pela polícia, Monique teria sofrido pressões de Jairinho e se sentia ameaçada. Ele sugere que sua cliente fale numa videoconferência, para agilizar os trabalhos.

Entre os pontos que seriam destacados em um eventual novo depoimento, Monique faria relatos de agressões que teria sofrido de Jairinho, evidenciando ainda mais que sua relação com o vereador deu lugar a uma batalha por liberdade.

Da redação do Acontece na Bahia