A médica Cláudia Soares Alves, presa por suspeita de envolvimento no assassinato da farmacêutica Renata Bocatto Derani, em Uberlândia (MG), mantinha um quarto infantil decorado com roupas de bebê, berço e uma boneca reborn, segundo informações divulgadas pela Polícia Civil. O delegado Eduardo Leal afirmou que o ambiente era uma demonstração da obsessão da médica em ser mãe de uma menina.
De acordo com as investigações, Cláudia tentou de diversas formas ter uma filha. Ela realizou procedimentos de fertilização, mas não conseguiu engravidar. Também teria tentado adotar ilegalmente, usando documentos falsos, além de ter tentado comprar um bebê no estado da Bahia. Em outro episódio, ela chegou a sequestrar uma recém-nascida em um hospital de Uberlândia, tirando o bebê dos braços da mãe, crime pelo qual já havia sido presa anteriormente.
Nesta quarta-feira (5), a médica foi novamente detida, junto com dois homens de Itumbiara (GO), por suspeita de envolvimento direto no homicídio da farmacêutica. O trio deve ser encaminhado para Uberlândia, onde ficará à disposição da Justiça.
Como a médica planejou o crime
Segundo o delegado, a motivação do crime está ligada ao relacionamento amoroso que Cláudia teve com o ex-marido da vítima. O ex-casal tinha uma filha, e a médica teria tentado assumir a maternidade da criança, chegando a disputar o poder familiar com a mãe biológica. Quando a farmacêutica proibiu o ex-marido de ver a filha enquanto estivesse com Cláudia, a relação entre eles terminou, e a médica passou a planejar o crime.
“Cláudia certamente entendeu que, ceifando a vida da vítima, seria mais fácil conseguir assumir esse poder familiar. Ficou apurado que ela contou com o apoio de um vizinho e do filho dele”, explicou o delegado Eduardo Leal.
Morte da farmacêutica e mãe da criança
Renata Bocatto foi morta em novembro de 2020, no Bairro Presidente Roosevelt, em Uberlândia. A farmacêutica foi atingida por cinco tiros. O caso, que chocou a cidade, voltou a repercutir após a nova prisão da médica e a descoberta do quarto com a boneca reborn, símbolo da sua tentativa frustrada de viver uma maternidade idealizada.
A Polícia Civil segue investigando o envolvimento dos demais suspeitos e aguarda a conclusão dos laudos periciais.
Foto: Divulgação
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