Senador Cleitinho faz forte desabafo sobre a PEC da ‘Blindagem’

Aliados, mas divididos: senador Cleitinho Azevedo e presidente do Republicanos divergem sobre PEC da Blindagem

Aliados políticos em Minas Gerais, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) e o deputado federal Euclydes Pettersen, presidente estadual do partido, assumiram posições opostas diante da polêmica PEC da Blindagem, aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados nesta semana.

Enquanto Pettersen votou a favor da proposta, Cleitinho usou a tribuna do Senado para criticar duramente o texto, que prevê ampliação do foro privilegiado, novas regras para prisão de parlamentares e a retomada do voto secreto em decisões sobre detenção de congressistas em flagrante por crimes inafiançáveis.

Cleitinho endurece críticas

Em pronunciamento inflamado, o senador Cleitinho Azevedo acusou a PEC de ser uma tentativa de autoproteção da classe política e rebateu a ideia de anistia a partidos que tenham cometido irregularidades no uso de verbas.

“Vamos nos blindar, vossas excelências? Que medo é esse? O povo brasileiro não aceita isso. Quem não deve, não teme. Até quando vamos envergonhar o Brasil?”, questionou.

Em outro momento, ele ironizou:
“Você, cidadão, se deixar de pagar IPTU, IPVA ou qualquer dívida, o governo cobra na hora. Mas para os partidos políticos, querem perdão. Não vou compactuar com isso. Errou, tem que pagar.”

Apoio interno à proposta

Na outra ponta, o deputado Euclydes Pettersen, que lidera o Republicanos em Minas e é apontado como principal fiador da pré-candidatura de Cleitinho ao governo mineiro, votou favoravelmente à PEC nos dois turnos de votação na Câmara.

O contraste de posições chama atenção porque ambos vêm atuando juntos em articulações partidárias e conversas sobre alianças para 2026. Até o momento, a assessoria de Pettersen não comentou publicamente as críticas do senador.

Divisão na bancada mineira

O caso reflete também uma divisão na bancada mineira. Dos 53 deputados do estado, 39 votaram a favor do texto no primeiro turno, contra apenas nove contrários e quatro ausentes. No segundo turno, os votos favoráveis caíram para 37, enquanto os contrários subiram para 11, mantendo-se quatro ausências.

O deputado André Janones (Avante), suspenso do mandato até outubro, não participou das votações.

Próximos passos

A PEC da Blindagem, apesar de já ter passado pela Câmara, ainda depende da análise do Senado. Caso chegue à Casa Alta, encontrará a resistência de parlamentares como o senador Cleitinho Azevedo, que promete manter a postura crítica diante do que considera um “retrocesso” no combate à corrupção e na transparência política.

Para ele, o debate deve ser levado à população:
“Perguntem ao povo se querem perdoar dívidas de partidos. Não é esquerda ou direita, é questão de justiça. Se o cidadão comum não tem perdão, por que os partidos devem ter?”, disparou.

O embate entre Cleitinho e Pettersen deve repercutir não apenas no andamento da PEC, mas também nas movimentações políticas em Minas, onde ambos tentam construir alianças estratégicas mirando as próximas eleições.

Da Redação com informações site O Fator

 Foto: Reprodução /Marcos Oliveira/Agência Senado

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