A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) gerou forte repercussão internacional. Nesta quinta-feira (11), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou a decisão como “terrível” e declarou estar “muito insatisfeito” com o resultado do julgamento.
A Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado e outros crimes relacionados. A pena imposta ao ex-presidente foi de 27 anos e três meses de prisão.
Trump falou com jornalistas em frente à Casa Branca, antes de embarcar para Nova York, onde assistiria a um jogo de beisebol. Ele comparou a condenação ao processo judicial que enfrentou em território norte-americano, afirmando ver semelhanças nos dois casos.
“Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum. Eu o conheci como presidente do Brasil e ele é um bom homem. Estou muito insatisfeito com isso. Sempre o considerei um homem notável”, disse.
Declarações de Marco Rubio
Enquanto Trump adotou tom de crítica direta, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, foi além e prometeu uma resposta oficial. Em publicação na rede social X, Rubio afirmou que os Estados Unidos “responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”, citando o ministro Alexandre de Moraes.
O Itamaraty reagiu com firmeza, classificando as falas como uma ameaça à soberania nacional. “Ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano não intimidarão a nossa democracia”, afirmou em nota.
Relação Brasil–EUA em tensão
Essa não é a primeira vez que o governo norte-americano se posiciona contra decisões judiciais envolvendo Bolsonaro. Em julho, Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA, justificando a medida em parte como resposta ao que chamou de “perseguição política” no Brasil.
Além disso, a Casa Branca chegou a insinuar a possibilidade de “meios militares” para defender a liberdade de expressão, em clara referência ao julgamento do ex-presidente.
Condenações no STF
Bolsonaro foi condenado junto a figuras importantes de sua gestão:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votaram pela condenação em praticamente todos os pontos, enquanto Luiz Fux divergiu em alguns trechos.
A decisão reforça a posição do STF sobre os atos golpistas e amplia a tensão diplomática com Washington, que ainda pode impor novas medidas ao Brasil.
Da Redação com informações do g1
Foto: Isac Nóbrega/PR / Agência Brasil
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