A Polícia Civil da Bahia anunciou neste último fim de semana a identificação de três suspeitos de envolvimento nas mortes de três mulheres em Ilhéus, no sul do estado. As vítimas — Alexsandra Suzart, Maria Helena do Nascimento e Mariana Bastos — desapareceram em 15 de agosto, após saírem para passear com um cachorro na Praia dos Milionários, uma das regiões turísticas mais movimentadas da cidade.
Os corpos foram encontrados no dia seguinte, em uma área de vegetação em frente à praia, por um grupo de jovens cristãos que participava das buscas organizadas pela igreja frequentada pelas vítimas. O crime chocou a população local e rapidamente ganhou repercussão nacional.
Avanço nas investigações
Segundo a Polícia Civil, diligências em campo e a análise de câmeras de segurança permitiram a identificação de três possíveis envolvidos. Apesar disso, os suspeitos ainda não foram localizados e não há autoria confirmada. A principal linha de investigação aponta para triplo homicídio, com suspeita de participação de mais de uma pessoa.
Os corpos apresentavam marcas de facadas concentradas na região do pescoço, além de ferimentos causados por cacos de vidro. A semelhança dos golpes levantou a hipótese de que uma única pessoa poderia ter cometido os crimes, mas a polícia também trabalha com a possibilidade de ação conjunta.
O local do crime
A área onde os corpos foram encontrados é cercada por estabelecimentos como o aeroporto de Ilhéus, a rodovia BA-001, casas, pousadas e o Clube AABB. Essa proximidade com pontos de fuga reforça a suspeita de que os criminosos podem ter escapado pela mata ou por imóveis próximos.
Apesar da brutalidade, não foram encontrados sinais de violência sexual. Além disso, não havia indícios de roubo, já que as vítimas não levavam objetos de valor no momento do desaparecimento. O cachorro que estava com elas foi localizado vivo, amarrado em uma árvore ao lado dos corpos.
Quem eram as vítimas
Alexsandra Oliveira Suzart, de 45 anos, e Maria Helena do Nascimento Bastos, de 41, eram amigas próximas e vizinhas. As duas trabalhavam no Centro de Referência à Inclusão de Ilhéus, ligado à rede municipal de ensino. Segundo colegas, eram profissionais dedicadas e muito queridas pelas famílias dos alunos.
Mariana Bastos da Silva, de 20 anos, filha de Maria Helena, era universitária e também participava das atividades comunitárias na região. Todas residiam em condomínios próximos à praia onde ocorreu o crime.
Mobilização da comunidade
O desaparecimento das três mulheres mobilizou moradores e líderes religiosos. O pastor Tito Omena, da igreja frequentada por Maria Helena e Mariana, contou que um grupo de jovens se organizou para buscar pistas. Foram eles que localizaram os corpos, após analisarem imagens de câmeras de segurança que mostravam as vítimas caminhando pela areia.
“Foi um pavor, um desespero. A comunidade está em choque com essa tragédia”, afirmou o pastor.
Linha de investigação e próximos passos
De acordo com a Polícia Civil, não está descartada a participação de outras pessoas no crime. Peritos ainda analisam objetos encontrados no local, e buscas continuam em imóveis próximos à região. Mandados de prisão preventiva podem ser expedidos nos próximos dias.
As autoridades reforçaram que seguem trabalhando para esclarecer a motivação do crime, que completou uma semana sem respostas definitivas. A população de Ilhéus tem cobrado mais segurança, principalmente em áreas turísticas e de grande circulação.
Repercussão e impacto social
As mortes das três mulheres causaram indignação e comoção em todo o estado. Movimentos sociais e entidades de defesa dos direitos femininos pediram rigor na investigação e punição dos envolvidos. Nas redes sociais, moradores de Ilhéus prestaram homenagens às vítimas e exigiram mais investimentos em segurança pública.
Especialistas ressaltam que a violência contra mulheres, mesmo quando não tipificada como feminicídio, precisa ser investigada com prioridade. O caso em Ilhéus reforça o alerta sobre a vulnerabilidade feminina em espaços públicos e a necessidade de políticas de prevenção.
Da Redação com informações Record TV
Foto: Reprodução Redes Sociais
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