Uma fatalidade aconteceu no Barradão durante uma partida da Série A do Brasileirão na noite de quinta-feira, 20. Iracema Aragão, uma baiana de acarajé de 65 anos, faleceu enquanto trabalhava no jogo entre Esporte Clube Vitória e Atlético Mineiro.
Iracema, que dedicou mais de 30 anos de sua vida à venda de acarajé, sofreu um mal súbito no estádio. Adriana Brito, amiga de longa data e também baiana de acarajé, confirmou a triste notícia e lamentou. Adriana, que estava presente e trabalhando no local, relatou que Iracema possuía um marcapasso e começou a se sentir mal durante a partida de futebol.
“Ela foi atendida pela ambulância da Vitalmed e depois encaminhada para uma ambulância do Samu, mas infelizmente não resistiu”, contou Adriana. Este lamentável incidente deixou todos no estádio em choque, e a notícia rapidamente se espalhou, causando comoção entre os torcedores presentes.
“Ainda não temos o laudo oficial, mas ela começou a ter um mal súbito e morreu. A gente crê que ela teve uma parada cardíaca, porque ela tinha feito uma cirurgia no coração e usava marcapasso. Ontem ela foi para uma consulta e a médica falou que o marcapasso tinha saído do lugar, que ela estava com uma veia entupida e que o coração estava batendo bem fraco. Ela tinha outra consulta para ir amanhã e tinha que repousar. Mas ela era muito teimosa e veio trabalhar. Chegou aqui ela passou mal no próprio tabuleiro. Uma ambulância de plano particular socorreu e depois ela foi para uma do Samu, mas já chegou na segunda sem vida”, contou Adriana ao Portal A TARDE.
A baiana Iracema completaria 66 anos no mês de julho. Ela deixou quatro filhos. A assessoria do Esporte Clube Vitória ainda não se posicionou sobre o ocorrido.
A Associação Nacional das Baianas de Acarajé (ABAM) lamentou a morte da baiana de acarajé e emitiu um comunicado:
“Com grande tristeza e imenso pesar confirmamos a passagem de Iracema Aragão, 65 anos, associada da ABAM conhecida por lutar em prol dos nossos direitos.
Iracema trabalhava como Baiana de Acarajé no Estádio do Barradão há mais de 30 anos e tinha mais de quatro décadas como vendedora de mingau e similares na porta do INSS em Salvador.
Seu compromisso com o ofício das Baianas era notório e muito respeitado seja no seu ponto ou nas ações e eventos que participava assiduamente.
Que todo seu legado e ensinamentos siga trazendo orgulho para seus amigos, familiares e companheiras de jornada.
A nossa luta segue com mais uma memória a ser lembrada e reverenciada em cada tabuleiro”.
Foto: Arquivo Pessoal