SP registra 1ª morte por bebida batizada com metanol; saiba quem era a vítima e como foi o caso

O empresário paulista Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, teve a morte confirmada após ingerir bebida adulterada com metanol. O caso, registrado em São Paulo, é o primeiro oficialmente reconhecido dentro da onda de intoxicações que tem preocupado autoridades e profissionais da saúde no estado.

Ricardo morreu em 16 de setembro, depois de quatro dias internado no Hospital Vila Lobos, na zona leste da capital. Segundo laudo médico, a causa preliminar foi envenenamento por álcool, que deixou o sangue ácido e provocou inchaço cerebral.

O que aconteceu com Ricardo Lopes Mira

Conhecido entre amigos e familiares como bebedor contumaz, Ricardo passou mal em sua residência, no bairro da Mooca, logo após consumir bebida alcoólica. O irmão e sócio, Ronaldo Mira, relatou à Polícia Civil que o empresário foi encontrado em estado pré-convulsivo e levado às pressas por uma ambulância. No hospital, apresentou dificuldade respiratória, rigidez de nuca e rebaixamento de consciência, mas não resistiu.

A morte de Ricardo se soma a outros casos recentes de envenenamento por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas. Até agora, pelo menos seis pessoas perderam a vida – entre elas, um advogado de 38 anos – e várias seguem hospitalizadas após consumir bebidas supostamente contaminadas, algumas delas adquiridas lacradas em estabelecimentos.

O governo paulista intensificou operações de fiscalização para recolher lotes suspeitos e identificar a origem das bebidas adulteradas. O metanol, usado como solvente industrial, é altamente tóxico: pode provocar cegueira, danos neurológicos graves e morte, mesmo em pequenas quantidades.

Sintomas e riscos do metanol

Especialistas alertam que os sintomas de intoxicação por metanol incluem dor de cabeça intensa, náusea, falta de ar e confusão mental. Muitas vezes, esses sinais aparecem horas após a ingestão, dificultando o diagnóstico precoce. Essa demora pode agravar o quadro clínico e reduzir as chances de sobrevivência.

Quem era Ricardo Lopes Mira

Ricardo construiu uma sólida carreira no setor de plásticos em São Paulo. Atuava há mais de 30 anos como sócio-administrador da Miraplastic Indústria e Comércio de Artefatos Plásticos Ltda., fundada em 1991. Também dirigia a 4Plast Comércio de Plásticos Ltda., criada em 2010, e integrava a holding familiar NRRM Empreendimentos e Participações Ltda.

Com perfil empreendedor, dividia a gestão das empresas com familiares, mantendo ativos negócios de pequeno e médio porte que consolidaram a presença da família no setor.

A família, abalada, preferiu não comentar publicamente a perda. O irmão Ronaldo relatou apenas que Ricardo tinha o hábito de beber com frequência, mas jamais havia enfrentado uma crise de saúde tão grave.

O caso reacende o alerta para os riscos das bebidas adulteradas e reforça a recomendação do Ministério da Saúde: evitar destilados e só consumir produtos de origem comprovada e regularizada.

Fonte: Da Redação com informações do Leo Dias

Foto: reprodução / Redes Sociais