Search
Close this search box.

Polícia descobre 22 bunkers escondidos em fazenda ligada a mortes de amigos no PR

A Polícia Civil do Paraná realizou novas escavações na Fazenda Jundiá, em Icaraíma, no noroeste do estado, um mês após a localização dos corpos dos quatro cobradores de dívida executados na região. As buscas revelaram um cenário ainda mais intrigante: 22 estruturas subterrâneas, sendo cinco bunkers de alvenaria e 17 esconderijos improvisados, todos camuflados sob a vegetação nativa.

Segundo o delegado Tiago Andrade, da Delegacia de Polícia Civil de Icaraíma, as estruturas foram mapeadas e georreferenciadas com apoio da Força Nacional e da Polícia Militar Ambiental.

“O bunker é uma construção de alvenaria, com base sólida. Já os esconderijos são estruturas mais simples, feitas com lonas, madeira e terra”, explicou o delegado.

As investigações agora buscam descobrir qual era o uso dessas construções e se elas serviam de abrigo ou esconderijo para os suspeitos da execução dos quatro amigos que desapareceram em agosto.

O crime que chocou o Paraná

As vítimas — Diego Henrique (39), Rafael Juliano Marascalchi (43), Robishley Hirnani de Oliveira (53) e Alencar Gonçalves de Souza (36) — viajaram de Olímpia (SP) a Icaraíma no dia 4 de agosto, com o objetivo de cobrar uma dívida pela venda de uma propriedade rural. Após um encontro com os suspeitos Antônio Buscariollo (66) e Paulo Ricardo Costa Buscariollo (22), eles desapareceram.

Os corpos foram encontrados semanas depois, a cerca de 600 metros do carro do grupo, que também estava enterrado em uma das áreas subterrâneas da fazenda. O veículo apresentava marcas de tiros, vestígios de sangue e objetos pessoais das vítimas, incluindo um boné de Diego. O resgate do automóvel durou mais de dez horas e revelou um cenário de extrema violência.

A fazenda sob suspeita

A Fazenda Jundiá tornou-se o epicentro das investigações e agora está sob vigilância permanente das autoridades. As equipes seguem no local acompanhadas por peritos criminais e técnicos ambientais, ampliando as escavações e investigando outras propriedades vizinhas que possam ter estruturas semelhantes.

De acordo com a polícia, os bunkers e esconderijos indicam que o local pode ter sido usado para atividades criminosas mais complexas, como tráfico de armas, abrigo de foragidos ou armazenamento de bens roubados.

Multa milionária e crime ambiental

Além da investigação criminal, a Polícia Militar Ambiental aplicou uma multa de R$ 7,5 milhões aos responsáveis pela fazenda, após constatar danos ambientais em 278 hectares.
Foram identificadas áreas devastadas de reserva legal, pisoteio de gado, retirada de vegetação nativa e assoreamento de nascentes.

A propriedade foi embargada, e proprietários e arrendatários foram notificados. Segundo os peritos, parte das áreas desmatadas pode ter sido usada para abrir acesso às estruturas subterrâneas agora descobertas.

Suspeitos continuam foragidos

Os principais investigados, Antônio e Paulo Ricardo Buscariollo, continuam foragidos. As forças de segurança acreditam que os dois podem estar escondidos em regiões de mata ou áreas rurais próximas à fronteira com o Mato Grosso do Sul.

Equipes da Força Nacional, Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal participam das buscas, que contam também com apoio aéreo e drones térmicos.

Da Retadação com informações do Bacci Notícias

Foto: reprodução TV Globo