Nikolas Ferreira quer “dissolver” STF, após condenação de Débora do Batom

Ao melhor estilo golpista, o deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) demonstrou, nas redes sociais, sua revolta com o resultado do julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, a Débora do Batom, envolvida nos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023.

O parlamentar postou no X, nesta sexta-feira (25), um texto em que afirma que “a solução é esperar um presidente dissolver essa corte política”, disse ele, em referência ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“O Brasil é dominado por canalhas. As instituições no Brasil estão corrompidas. Não tem como esperar de nenhuma delas a solução. Isso inclui o Congresso – onde trabalho. Enquanto isso, é não desistir. ‘Quem durar mais, vence’”, completou o bolsonarista.

Os comentários furiosos do deputado foram consequência da decisão da Primeira Turma do STF, que condenou a cabeleireira a 14 anos de prisão. Ela ganhou notoriedade depois de pichar com batom a frase “Perdeu, Mané” na estátua “A Justiça”, que fica em frente à sede da Corte, durante os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Alexandre de Moraes destrói argumentos da extrema direita
Após o voto de Luiz Fux, que decretou a maioria decisiva, o ministro Alexandre de Moraes, que é relator do caso, pediu a palavra para complementar sua exposição, em que pedia 14 anos de prisão para a bolsonarista, dizendo que as atitudes em nada diferem dos demais 470 réus do processo.

“Importante destacar que esse caso não apresenta diferenças significativas em relação aos demais 470 (quatrocentos e setenta) julgados pelo plenário do Supremo Tribunal Federal”, leu Moraes, sobre o voto que ele próprio escreveu.

O ministro ainda listou todos os crimes da bolsonarista, que vão muito além de “pichar a estátua com batom”, como é a narrativa propagada pela extrema direita.

“A ré confessou sua participação nos atos golpistas do dia 8/1/2023, afirmando que esteve no acampamento ilegal em frente ao QG do Exército, pedindo intervenção militar; participou da invasão da Esplanada dos Ministérios – apesar do bloqueio policial – e, igualmente, participou da deterioração do patrimônio público e que compõem o patrimônio histórico, com seu ato de depredação e vandalismo da escultura ‘A Justiça’, de Alfredo Ceschiatti, em total afronta e desrespeito à democracia e ao Estado de Direito”, detalhou o ministro.

Foto: Divulgação

Revista Fórum