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Mulher que levou 61 socos em elevador explica por que não deixou agressor antes do ataque

Mulher que levou 61 socos em elevador explica por que não deixou agressor antes do ataque

Juliana Garcia, a mulher brutalmente agredida com 61 socos pelo ex-jogador de basquete Igor Eduardo Cabral dentro do elevador de um condomínio em Ponta Negra, Natal (RN), voltou a se pronunciar publicamente. O caso, que ocorreu em 26 de julho e foi registrado por câmeras de segurança, gerou comoção nacional e resultou na prisão do agressor por tentativa de feminicídio.

Nesta semana, Juliana abriu uma caixa de perguntas em seus stories no Instagram e decidiu responder aos questionamentos de seguidores sobre o relacionamento que mantinha com Igor. Entre as perguntas, uma chamou atenção: “Você já sabia como era o seu ex. Por que continuava com ele, então?”

O ciclo de abusos

Juliana explicou que a relação não era ruim o tempo todo e destacou que o comportamento agressivo fazia parte do chamado ciclo de abuso, vivido por muitas mulheres em diferentes contextos sociais.

“Existe algo chamado ciclo de abuso. Relacionamento com esse tipo de gente não é ruim o tempo todo. Se fosse, ninguém ficaria”, afirmou. “Há mulheres em vários níveis sociais que permanecem nesse tipo de relação, e quem não consegue entender precisa, ao menos, ter respeito e empatia”, completou.

Segundo ela, a dificuldade em sair do relacionamento estava ligada à manipulação emocional, alternância entre momentos de carinho e violência e à expectativa de mudança do parceiro.

Impactos físicos e emocionais

Durante a interação com seguidores, Juliana também revelou que precisará passar por uma nova cirurgia nos próximos meses. “Já sei da necessidade de uma cirurgia para correção do desvio de septo que aumentou muito com a tentativa de feminicídio. Mas só poderei fazer daqui seis meses”, explicou.

Ela ainda respondeu a uma internauta que perguntou se havia desmaiado durante as agressões. “Em momento nenhum eu desmaiei. Foi Deus que cuidou de mim o tempo todo, com certeza”, declarou.

O crime

As agressões aconteceram dentro do elevador de um condomínio em Natal. Em apenas 36 segundos, Juliana recebeu 61 socos que desfiguraram seu rosto. As imagens divulgadas em redes sociais chocaram o país e aceleraram a prisão de Igor Eduardo Cabral, de 29 anos, que atualmente está detido na Cadeia Pública do Rio Grande do Norte.

Repercussão e debate

O caso reacendeu debates sobre violência doméstica e feminicídio no Brasil, além de chamar atenção para a necessidade de políticas públicas de proteção às vítimas. Especialistas em comportamento e psicologia apontam que histórias como a de Juliana evidenciam como o ciclo da violência pode aprisionar mulheres, mesmo diante de sinais claros de perigo.

“Não é apenas sobre sair ou não sair da relação. Há fatores emocionais, sociais e até econômicos que dificultam a decisão. É preciso oferecer apoio integral para que as vítimas consigam romper esse ciclo”, destacou uma pesquisadora de gênero da UFRN em entrevista ao Portal G1.

Juliana segue recebendo apoio de familiares, amigos e de movimentos de defesa das mulheres, enquanto sua luta pela recuperação física e emocional continua sendo acompanhada de perto pela opinião pública.

Da Redação com informações do Metrópoles

Foto: Reprodução Redes Sociais

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