Mulher morre após ser forçada a ingerir soda cáustica pelo marido; ele enviou vídeos à filha

Cassiana, de 46 anos, mãe de três filhos, morreu no sábado após ingerir cerca de 600 ml de soda cáustica em sua casa na zona leste de São Paulo. A família acusa o companheiro, Rodrigo, de forçá-la a tomar o líquido corrosivo após uma briga. Ele enviou vídeos da vítima agonizando à filha mais velha e à irmã dela, alegando que ela tentou suicídio. Rodrigo não foi mais visto no bairro.
Cassiana e Rodrigo viviam juntos há um ano, em um relacionamento marcado por violência e intimidação dele. Após uma discussão, ela deixou a casa com a filha de 4 anos e buscou refúgio com parentes. Na manhã de sábado, voltou sozinha para pegar roupas e encontrou Rodrigo. Horas depois, ele gravou Cassiana seminua, caída na cozinha, e enviou os vídeos com áudios dizendo: “Bebeu café e depois álcool, liguei pro Samu, mandou esperar, e aí já era. Quem se matou, quem procurou foi ela.”
O Samu socorreu Cassiana, que foi internada e transferida a outro hospital, mas não resistiu. Médicos constataram que ela ingeriu soda cáustica, com lesões da metade da língua para trás, sem danos na boca, sugerindo que o líquido foi colocado à força. Uma garrafa do produto foi encontrada na pia da casa, com o rótulo “perigo”.
A família contesta a versão de suicídio. Um dia antes, Cassiana pediu abrigo à irmã e relatou ameaças de Rodrigo, que, em vídeo enviado a ela, aparecia com uma faca em um bar, dizendo que a mataria. Vizinhos chamaram a Polícia Militar após gritos, e Rodrigo foi abordado, mas liberado. Horas depois, Cassiana morreu.
O velório começou na noite de domingo e terminou nesta segunda-feira, com parentes cobrando justiça. A polícia investiga o caso como possível tortura e homicídio, mas ainda não localizou Rodrigo, que não é considerado foragido. Testemunhas estão sendo ouvidas para rastrear a compra da soda cáustica. A filha mais velha viu a mãe no hospital, já entubada, duas horas antes da morte. Cassiana deixou três filhos, incluindo a caçula de 4 anos, que ela tentou proteger ao sair de casa.

Foto Divulgação.

Marcos Campos.