Estudo com medicamento brasileiro dá esperança a tetraplégicos; resultados iniciais são surpreendentes, veja

Estudo com medicamento brasileiro dá esperança a tetraplégicos; resultados iniciais são surpreendentes, veja

Um medicamento brasileiro em fase experimental tem gerado expectativa entre médicos, pesquisadores e pacientes com lesão medular. Batizado de Polaminina, ele foi desenvolvido a partir da molécula laminina — encontrada na placenta — e vem mostrando resultados surpreendentes em casos de paraplegia e tetraplegia.

O tratamento, fruto de mais de 25 anos de pesquisa da UFRJ em parceria com o laboratório Cristália, busca regenerar neurônios da medula espinhal, estimulando a criação de novas células e a proteção das existentes. O objetivo é devolver parte da mobilidade a pessoas que perderam movimentos devido a acidentes ou doenças graves.

Como funciona a Polaminina

O medicamento é aplicado diretamente na medula espinhal, preferencialmente nos primeiros dias após a lesão. A dose, extremamente pequena, tenta restabelecer a comunicação entre cérebro e corpo, interrompida após o trauma.

Em testes iniciais, seis pacientes receberam o tratamento: cinco deles apresentaram melhora significativa, passando do nível A (sem movimentos ou sensibilidade) para o nível C, com recuperação parcial da força e de movimentos.

Um dos casos mais emblemáticos é o do analista Bruno Drummond, de 31 anos, que após um acidente perdeu o controle dos braços e pernas. Com a aplicação da Polaminina e início imediato da fisioterapia, ele conseguiu mexer o dedão do pé no primeiro mês e, hoje, já caminha normalmente.

Importância do tempo e da reabilitação

Especialistas ressaltam que o tempo de aplicação é determinante: quanto antes o medicamento é administrado, maiores são as chances de recuperação. Além disso, a fisioterapia intensiva potencializa os efeitos, ajudando a fortalecer músculos e a reaprender movimentos.

Mesmo em lesões mais antigas, houve progresso. A paciente Hawanna Cruz, por exemplo, iniciou o tratamento três anos após o acidente e conseguiu recuperar autonomia, passando a dirigir a cadeira de rodas sozinha e integrando a seleção brasileira de rugby paralímpico.

Segurança e próximos passos

Pesquisadores acompanharam os voluntários por sete anos para verificar possíveis efeitos colaterais. Não foram registradas complicações graves atribuídas diretamente ao fármaco, apenas sintomas já comuns em pacientes com lesões graves.

Apesar dos avanços, a Polaminina ainda depende da aprovação da Anvisa para iniciar a fase 1 dos testes clínicos, que avaliará a segurança em um grupo maior de voluntários. Esse processo pode levar anos, mas hospitais como o HC e a Santa Casa de São Paulo já estão preparados para iniciar os estudos assim que houver autorização.

Uma nova fronteira na medicina

Se confirmada sua eficácia, a Polaminina poderá se tornar o primeiro tratamento capaz de devolver mobilidade a pacientes tetraplégicos no Brasil. Além de um marco científico, a descoberta representa esperança para milhares de pessoas que convivem com as limitações da lesão medular.

Da Redação com informações do Veja

Foto: Reprodução / MRC Témiscamingue / Unsplash

Leia mais notícias abaixo

Polícia revela como chegou até o homem que matou menina de 6 anos no MS; confronto terminou em morte

Homem que matou professor universitário está preso nas compras; entenda o crime que chocou Salvador

Homem admitiu envolvimento no assassinato de três mulheres na praia da Bahia; entenda o caso