Matriarca e vizinha envenenada com café tinham um relacionamento amoroso, diz polícia

Maria dos Aflitos Silva, mãe e avó das cinco pessoas que morreram após comerem arroz envenenado no dia 1º de janeiro, em Parnaíba, no litoral do Piauí, confessou à polícia que matou Maria Jocilene da Silva para tentar livrar o marido das acusações de ter assassinado a família. Conforme a Polícia Civil, a matriarca e a vizinha possuíam um envolvimento amoroso.

Segundo o delegado Abimael Silva, da Polícia Civil de Parnaíba, a relação entre Maria dos Aflitos e Maria Jocilene começou antes mesmo do relacionamento da matriarca com Francisco de Assis.

“A Maria Jocilene era ex-cunhada de uma filha da Maria dos Aflitos, e ela tinha um relacionamento amoroso com a Maria dos Aflitos anterior ao Francisco de Assis. Esse relacionamento era discreto, cada uma tinha sua família paralela, mas era de conhecimento de todos. Elas saíam juntas, a família da Maria dos Aflitos sabia, o Francisco de Assis sabia e algumas pessoas da família da Jocilene tinham essa suspeita, mas esse relacionamento não foi o pivô do caso”, iniciou o delegado.

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Matriarca e vizinha envenenada com café tinham um relacionamento amoroso, diz polícia
Maria Jocilene também comeu arroz envenenado no dia 1º de janeiro e foi internada, mas teve alta no dia seguinte. No dia 20 de janeiro, ela passo mal durante uma visita à Maria dos Aflitos e morreu no dia 24.
Por g1 PI

03/02/2025 19h07 Atualizado há 23 minutos

Maria Jocilene da Silva — Foto: Reprodução
Maria Jocilene da Silva — Foto: Reprodução

Maria dos Aflitos Silva, mãe e avó das cinco pessoas que morreram após comerem arroz envenenado no dia 1º de janeiro, em Parnaíba, no litoral do Piauí, confessou à polícia que matou Maria Jocilene da Silva para tentar livrar o marido das acusações de ter assassinado a família. Conforme a Polícia Civil, a matriarca e a vizinha possuíam um envolvimento amoroso.

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Segundo o delegado Abimael Silva, da Polícia Civil de Parnaíba, a relação entre Maria dos Aflitos e Maria Jocilene começou antes mesmo do relacionamento da matriarca com Francisco de Assis.

“A Maria Jocilene era ex-cunhada de uma filha da Maria dos Aflitos, e ela tinha um relacionamento amoroso com a Maria dos Aflitos anterior ao Francisco de Assis. Esse relacionamento era discreto, cada uma tinha sua família paralela, mas era de conhecimento de todos. Elas saíam juntas, a família da Maria dos Aflitos sabia, o Francisco de Assis sabia e algumas pessoas da família da Jocilene tinham essa suspeita, mas esse relacionamento não foi o pivô do caso”, iniciou o delegado.
Ainda conforme o delegado, Maria dos Aflitos e Francisco de Assis estavam juntos há cinco anos e demonstravam uma relação próxima e de parceria.

Carinho pela família
Maria Jocilene demonstrava carinho e preocupação com os filhos e netos de Maria dos Aflitos, segundo a Polícia Civil. O delegado destacou que a mulher usava o próprio dinheiro para alimentar e comprar medicamentos para os familiares de Maria dos Aflitos.

A vizinha Jocilene chegou a acompanhar os netos da sua companheira, segundo a polícia, no hospital após serem envenenados. Segundo a polícia, ela perdeu o emprego por isso. João Miguel da Silva, morreu em 28 de agosto, e Ulisses Gabriel da Silva, que morreu em 10 de novembro de 2024.

Em seu depoimento, Maria dos Aflitos confessou ter assassinado Jocilene para tentar livrar Francisco de Assis das acusações de ter matado a família e livrá-lo da cadeia. Conforme a polícia, ela revelou que a envenenou acreditando que isso ajudaria a libertar o marido, assim como aconteceu com a primeira mulher presa, Lucélia Maria.

“O que houve é que eu tava cega de amor pelo Assis, e pra ter ele de volta, poderia acontecer o mesmo caso. Gosto muito dele, ainda gosto”, disse a suspeita.

“O que ficou demonstrado durante as investigações é que os dois tinham um relacionamento muito próximo, de cumplicidade. O Francisco odiava os filhos da Maria dos Aflitos e isso ficou bem claro desde o primeiro momento. Ele os tratava com desprezo, restringia alimentos, deixava alguns da família sem comida e falava a todo momento para a Maria que queria que eles ficassem a sós. Na confissão dela, ela disse que amava o Francisco de Assis”, explicou Abimael.

Em 22 de janeiro, Maria Jocilene foi a casa da suspeita e passou mal. Para tentar despistar a polícia, Maria dos Aflitos afirmou, no momento da chegada dos agentes, que Jocilene teria sofrido um infarto. Conforme a polícia, o depoimento, registrado em áudio, reforça que a idosa tentou confundir as autoridades e encobrir mais um envenenamento dentro da própria casa.

Sobre a morte de Jocilene, Maria dos Aflitos contou que encontrou o veneno atrás do fogão e colocou todo o conteúdo no café que ela mesma serviu à vítima, pois havia pouca quantidade. Em seguida, ela descartou a embalagem no lixo, que foi recolhido pela coleta de lixo antes da chegada da perícia.

Jocilene, sem perceber, bebeu o café em uma taça e depois usou o mesmo recipiente para tomar água. Cerca de 30 minutos após ingerir o veneno começou a passar mal, ainda na residência.

“Ela mistura o veneno com café em uma taça de vidro e dá para Jocilene tomar. Só que o plano da Maria do Aflitos não era ela morrer na mesma casa dos crimes anteriores. Ela planejava que a Jocilene morresse fora de casa. Mas quando a vítima sai da casa para ir no mototáxi que ela sempre pegava, o mototáxi tinha outra corrida e aí disse ‘só posso daqui a 30min’. Então Jocilene disse a ele para pegá-la na casa da Maria. E foi por causa desse atraso que mais um envenenamento aconteceu na casa”, explicou o delegado Abimael Silva.

Maria Jocilene da Silva morreu dia 24 de janeiro, após dois dias internadas em estado grave.

G1