Malafaia reage e faz exigência a Moraes após operação da PF

Malafaia reage e pede passaporte de volta a Moraes: “Não sou fujão”

O pastor Silas Malafaia voltou a se manifestar na sexta-feira (22) após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF) durante uma operação realizada na última quarta-feira (20). Em vídeo publicado em suas redes sociais, ele pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a devolução do documento, afirmando que a medida é injustificada.

Segundo o líder religioso, a decisão não faz sentido, já que ele nunca teria cogitado deixar o país para escapar de eventuais processos judiciais. “Se eu tivesse medo do senhor ministro e tivesse medo disso, eu ficava lá em Portugal, ou ia para a América, onde tenho igrejas. Eu voltei. Então, isso é um absurdo: apreender meu passaporte”, disse.

“Não sou fujão”

Com tom crítico, Malafaia declarou que não colocaria sua reputação em risco fugindo do Brasil. Ele destacou que tal atitude seria uma desmoralização diante da sociedade, da família e das igrejas das quais é pastor.

“Se eu fugir, eu estou destruído e desmoralizado diante da sociedade brasileira, diante da igreja evangélica e da minha família. O senhor acha que eu vou jogar minha reputação na lama depois de quatro anos denunciando seus crimes?”, questionou em referência ao ministro do STF.

Pedido irônico sobre cadernos apreendidos

Além do passaporte, também foram levados pela PF cadernos pessoais do religioso. De forma irônica, Malafaia solicitou que Moraes autorize a devolução dos materiais, nos quais, segundo ele, estão esboços bíblicos.

“Eu sei que a PF digitaliza tudo. Quem sabe o senhor pode fazer um favor, além de devolver meus cadernos, me dá uma cópia digitalizada. São os dois pedidos que eu faço. E olha, parece incrível, mas eu vou te agradecer, ministro. Eu vou dizer muito obrigado, se o senhor fizer esses dois favores, porque uma coisa eu não sou: covarde, medroso e fujão. Eu vou estar aqui”, completou.

Contexto da apreensão

A medida de busca e apreensão que atingiu Malafaia fez parte de uma operação da Polícia Federal autorizada pelo STF. A ação tem relação com investigações sobre suspeitas de articulação de ataques às instituições brasileiras e tentativa de abalar a confiança no processo democrático.

A retenção do passaporte foi entendida pelas autoridades como uma forma de garantir que investigados permaneçam no país enquanto as apurações avançam. Contudo, aliados do pastor classificaram a decisão como uma tentativa de constrangimento.

Repercussão política e religiosa

A fala de Malafaia gerou reações entre apoiadores e críticos. Enquanto seguidores destacaram sua postura de enfrentamento ao Supremo, adversários apontaram que a decisão judicial é uma medida de precaução comum em casos semelhantes.

No meio religioso, líderes evangélicos próximos ao pastor manifestaram solidariedade e reforçaram a tese de que ele não teria razões para deixar o Brasil. Já analistas políticos consideram que as declarações fazem parte de uma estratégia de mobilização de sua base, principalmente em meio ao clima de polarização nacional.

Próximos passos

Até o momento, o ministro Alexandre de Moraes não se manifestou sobre o pedido público de Malafaia. A defesa do pastor deve formalizar requerimentos junto ao STF para tentar recuperar tanto o passaporte quanto os cadernos apreendidos.

O caso segue em análise no Supremo e pode ganhar novos capítulos nos próximos dias, especialmente se houver movimentações da Procuradoria-Geral da República ou da própria PF em relação ao inquérito em andamento.

Da Redação com informações do site Metrópoles

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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