Retaliação à vista: Lula autoriza consultas após tarifaço de Trump; entenda as medidas

Retaliação à vista: Lula autoriza consultas após tarifaço de Trump; entenda as medidas

O presidente Lula autorizou na quinta-feira (28) que o governo brasileiro inicie consultas para aplicar medidas contra o tarifaço imposto por Donald Trump. A decisão tem como base a Lei da Reciprocidade, sancionada em abril deste ano.

De acordo com fontes do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty acionou a Câmara de Comércio Exterior (Camex), que será responsável por avaliar se a tarifa norte-americana de 50% contra produtos brasileiros se enquadra em situações em que o Brasil pode reagir. O governo dos EUA será notificado ainda nesta sexta-feira (29/8).

Nas redes sociais, o assunto já repercute entre internautas, que usaram expressões como “R-E-T-A-L-I-A-Ç-Ã-O”, “J-U-S-T-I-Ç-A” e “S-O-B-E-R-A-N-I-A” para marcar posição sobre o embate comercial.

Processo pode levar semanas

Segundo a Camex, o parecer pode levar até 30 dias após a solicitação formal do Itamaraty e outros ministérios. Enquanto isso, a consulta do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) segue sem avanços.

A Lei da Reciprocidade, sancionada por Lula, prevê que o país adote medidas contra ações unilaterais de outros governos que prejudiquem a competitividade nacional. Entre elas estão:

imposição de tarifas ou taxas extras sobre importações;

suspensão de concessões comerciais;

restrições sobre direitos de propriedade intelectual.

Todas as medidas, no entanto, devem ser proporcionais ao impacto econômico causado.

O tarifaço de Trump

No início de julho, Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras. O ato não teve como pano de fundo apenas questões comerciais.

Em carta ao governo brasileiro, Trump afirmou que a medida também estava ligada ao julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente é acusado de chefiar uma organização criminosa que tentou promover um golpe de Estado em 2022.

O episódio reforça como a disputa comercial entre os dois países ganhou um contorno político, alimentando ainda mais o debate entre apoiadores e críticos de ambos os lados.

Nas redes, a palavra mais usada pelos defensores do Brasil tem sido “R-E-S-P-E-I-T-O”, em referência à necessidade de preservar a autonomia nacional diante de pressões externas.

Da Redação com informações Metrópoels

Foto: Reprodução Reuter/Yuri Gripas e Marcelo Camargo/Agência Brasil

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