O homem mais procurado da Bahia, identificado como Josevan Dionísio dos Santos, foi preso nesta sexta-feira (12) em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador. Ele é apontado como um dos executores do assassinato de Mãe Bernadete, liderança quilombola morta a tiros em agosto de 2023.
Segundo a Polícia Civil, a prisão ocorreu após horas de tensão. Josevan se trancou em uma residência no Núcleo Habitacional Rubens Costa e manteve a esposa e dois filhos como reféns. A área foi isolada por equipes do Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core). Após negociação, ele se entregou por volta das 8h.
No local, a polícia apreendeu uma pistola calibre 9mm, de fabricação turca, com a numeração raspada.
Quem era o homem preso?
Josevan figurava no Baralho do Crime, ferramenta da Secretaria de Segurança Pública da Bahia que reúne os criminosos mais procurados do estado. Ele aparecia como a carta de número nove de Ouros e tinha dois mandados de prisão em aberto por homicídio e roubo.
O suspeito era considerado peça-chave de uma facção criminosa que atua em Simões Filho e em cidades vizinhas. Além de tráfico de drogas, o grupo é investigado por roubos e homicídios.
Ligação com o assassinato de Mãe Bernadete
De acordo com o inquérito, Josevan foi um dos responsáveis diretos pela execução de Maria Bernadete Pacífico, mais conhecida como Mãe Bernadete. A líder quilombola, de 72 anos, foi assassinada com pelo menos 25 tiros dentro de sua própria comunidade, o Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho.
As investigações apontam que a ordem para a morte partiu de lideranças criminosas incomodadas com a resistência da líder contra a instalação de pontos de venda de drogas em áreas de preservação ambiental.
Até agora, seis pessoas foram denunciadas pelo crime. Cinco já estão presas, e apenas um suspeito, conhecido como “Maquinista”, segue foragido.
A luta por justiça
A família de Mãe Bernadete move uma ação contra a União e o governo da Bahia, pedindo R$ 11,8 milhões de indenização pelos danos sofridos. O valor seria destinado aos três netos da líder, que presenciaram o crime.
O Ministério Público da Bahia reforça que a execução de Bernadete foi um ato de retaliação contra sua atuação em defesa da comunidade quilombola. O caso gerou forte repercussão nacional e internacional, sendo classificado como mais um episódio de violência contra defensores de direitos humanos no Brasil.
Situação atual
Após a prisão, Josevan foi levado ao Denarc, passou por exames de praxe e permanece custodiado, à disposição da Justiça. As autoridades avaliam se ele será transferido para uma unidade de segurança máxima.
Enquanto isso, moradores de Simões Filho e lideranças quilombolas seguem cobrando proteção efetiva do Estado para evitar que tragédias semelhantes voltem a ocorrer.
Da Redação com informações do Correio 24 horas
Foto: reprodução/Polícia Civil/ Redes Sociais
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