A história de Gilberto Arruda, de 47 anos, vem chamando atenção pela mistura de superação, fé e persistência. Ex-cobrador de ônibus em Brasília, ele acaba de se formar em Medicina na Universidade de Brasília (UnB), conquistando um sonho que parecia impossível diante de tantos obstáculos.
Criado em Ceilândia, região marcada por dificuldades sociais, Gilberto perdeu a mãe ainda aos 9 anos e o pai aos 18. Para sobreviver e comprar seus próprios livros, trabalhou desde cedo como engraxate, feirante e vigia de carros. Mais tarde, tornou-se cobrador de ônibus para custear os estudos em Educação Física.
Mas sua vida mudou drasticamente quando sofreu um grave acidente: atropelado por um ônibus na garagem da empresa, ficou 14 dias em coma, sofreu fraturas múltiplas e ouviu dos médicos que jamais voltaria a andar ou a ter filhos. Desafiando o diagnóstico, ele se recuperou, reconstruiu a vida, formou uma família com três filhos e seguiu acreditando na educação como caminho de transformação.
A persistência rendeu frutos em 2018, quando seu nome apareceu na terceira chamada do vestibular da UnB para Medicina. A rotina não foi fácil: ele chegava a sair de casa às 4h30 da manhã e pegava quatro ônibus até a universidade. Mais tarde, mudou-se para a Casa do Estudante para reduzir a distância. No caminho, enfrentou racismo, preconceito pela idade e inúmeras dificuldades financeiras.
Nos momentos de maior fraqueza, a voz do filho mais novo foi decisiva: “Pai, não desiste do seu sonho.” E ele não desistiu.
Hoje, formado, Gilberto emociona colegas e inspira milhares de brasileiros:
“Sempre haverá alguém disposto a nos apoiar. Se você acha que está velho para estudar, olhe para mim. Aos 47 anos, estou realizando um sonho.”
Sua trajetória é mais do que uma conquista pessoal — é um exemplo de resiliência e um convite à esperança para quem acredita que nunca é tarde para recomeçar.
Da Redação com informações Portal R7
Foto: Reprodução Redes Sociais
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