A enfermeira Luciana Ponciano, de Aparecida de Goiânia, denunciou ter sido vítima de racismo por parte da diarista Sthefany Sibele França Rayzer, após questionar a qualidade de serviços de faxina realizados em seu condomínio. Segundo Luciana, a agressora continua tendo acesso ao local, o que aumenta seu temor e a faz aguardar por uma medida protetiva.
“Se eu não conseguir essa medida, fico com medo. Porque ela ainda tem acesso ao meu condomínio. Ela ainda faz faxina para algumas pessoas”, afirmou a enfermeira ao g1. A diarista, por sua vez, não quis comentar o caso.
O episódio ocorreu no dia 9 de agosto, e a diarista foi indiciada por injúria racial, conforme informado pelo delegado responsável, Joaquim Adorno. O inquérito ainda aguarda definição sobre a medida protetiva solicitada para garantir a segurança da vítima.
Prints e ofensas raciais
De acordo com a enfermeira, Sthefany enviou mensagens com teor racista, chamando-a de “chata porque é de cor” e “cabelo de Bombril”. Em uma das conversas, a diarista afirmou: “A sua raça é isso aí, não se espera mais nada”. Luciana questionou o preconceito, mas recebeu respostas que reforçavam a injúria racial.
Além disso, após a denúncia, a agressora teria zombado da enfermeira, enviando mensagens afirmando que pessoas estavam rindo dela e a ofendendo com outros termos depreciativos, como “bicha feia sebosa”. Luciana afirma que não respondeu nem atendeu às novas mensagens.
Medidas legais e proteção
A enfermeira relatou ainda que tentou contatar o síndico do condomínio sobre a entrada da diarista, mas foi informada de que qualquer ação só poderá ocorrer mediante documento oficial. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) também foi contatado para acompanhar o inquérito, mas não forneceu retorno até o fechamento desta reportagem.
O delegado que conduz o caso informou que a medida protetiva será solicitada, mas ainda não há confirmação oficial de protocolo. Enquanto isso, Luciana vive sob temor constante, aguardando que a Justiça e o condomínio tomem providências para resguardar sua integridade.
Racismo é crime
Segundo Michael Félix, presidente do Conselho de Direitos Humanos e Igualdade Racial em Goiás, o racismo é crime desde 1989, mas a aplicação da lei enfrenta dificuldades devido ao entendimento superficial do que constitui injúria racial. “Essa implementação não ocorre de maneira fácil, principalmente por um entendimento superficial do que é o racismo, o que é racismo de fato, o que é injúria racial, o que é só bullying e o que uma brincadeira”, explicou à TV Anhanguera.
O caso de Luciana Ponciano evidencia a necessidade de maior conscientização sobre o crime de racismo e a importância de medidas protetivas para garantir segurança às vítimas. A enfermeira segue aguardando que o sistema judicial e o condomínio tomem medidas eficazes para impedir novas abordagens da agressora.
Da Redação com informações g1
Foto: Arquivo pessoal/Luciana Ponciano e Reprodução/TV Anhanguera
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