Durante participação remota em uma audiência da Subcomissão Especial de Apuração de Violações de Direitos no 8 de Janeiro, realizada na quarta-feira (27), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a criticar duramente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O parlamentar, falando diretamente dos Estados Unidos, onde se encontra desde fevereiro, disse que Moraes é responsável por “violações sistemáticas de garantias fundamentais”. Em tom inflamado, afirmou:
“Esse foi o tempo em que eu tive tranquilidade e oportunidade de focar minha vida em uma única pauta: trazer justiça contra o maior violador de direitos humanos da história do Brasil, eu me arrisco a dizer”, declarou, em referência a Moraes.
Situação de Eduardo Bolsonaro
O deputado, terceiro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem se apresentado internacionalmente como “exilado político”. Mesmo à distância, vem intensificando suas críticas ao Judiciário brasileiro, especialmente contra Moraes, relator de inquéritos que envolvem aliados do bolsonarismo.
Na semana passada, a Polícia Federal indiciou Eduardo e o pai, Jair Bolsonaro, por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Segundo a corporação, ambos teriam atuado para intimidar autoridades e restringir o exercício de poderes constitucionais, no contexto da investigação sobre a suposta trama golpista entre 2022 e 2023.
Repercussão internacional
O discurso do deputado ocorre em meio a um cenário de maior pressão externa contra o governo brasileiro. Os Estados Unidos anunciaram sanções a figuras ligadas ao país, enquanto o ex-presidente norte-americano Donald Trump classificou as ações contra Jair Bolsonaro como uma “caça às bruxas”.
Na mesma linha, Eduardo tem buscado apoio no Congresso americano. Em suas falas em Washington, defende a aplicação da Lei Magnitsky — usada para punir violações de direitos humanos — contra Moraes. Ele afirma ter levado documentos e denúncias para parlamentares dos EUA, reforçando a narrativa de perseguição política.
A audiência e os próximos passos
A audiência da Câmara buscava ouvir diferentes relatos sobre supostas violações de direitos ocorridas no contexto dos atos de 8 de Janeiro. A fala de Eduardo Bolsonaro, ainda que remota, gerou repercussão imediata entre aliados e críticos. Enquanto parlamentares da oposição reforçam o discurso de perseguição judicial, adversários o acusam de utilizar o espaço institucional para manter sua narrativa de vitimização.
Apesar da pressão política, o andamento dos processos no STF contra Bolsonaro e seus aliados segue em curso. O tom adotado pelo deputado reforça o ambiente de embate entre Judiciário e bolsonarismo, com reflexos tanto no Brasil quanto no cenário internacional.
Da Redação com informações Metrópoels
Foto: Reprodução/ Youtube Câmara dos Deputados
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