O deputado Gilvan da Federal (PL-ES) e a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) protagonizaram um intenso embate verbal durante sessão da CDHMIR (Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial) da Câmara dos Deputados, na última terça-feira (13). O confronto chamou atenção por ataques pessoais e comentários considerados transfóbicos.
A discussão começou quando Erika Hilton sugeriu a realização de uma audiência pública para debater a saúde mental de pessoas transmasculinas. O deputado reagiu com críticas à pauta e direcionou provocações à parlamentar, insinuando uma suposta “paixão” de Erika Hilton por ele. Em tom ofensivo, afirmou: “O que minha esposa tem, você não tem”.
Em vídeo registrado durante a sessão, Erika Hilton rebateu os ataques de forma firme. “Que nojo! Que nojo! O senhor me respeite! Se coloque no seu lugar! O senhor é homem baixo, asqueroso, nojento”, afirmou, chamando atenção de colegas e da imprensa que cobria a reunião.
Ataques à vida pessoal e política de Erika Hilton
Além da insinuação pessoal, Gilvan da Federal criticou Erika Hilton por sua atuação política. Ele questionou o uso de recursos do gabinete, mencionando supostas despesas com “bolsa de 20 mil reais” e a contratação de um maquiador. “Você não manda em mim, você manda no teu maquiador. Você tem que elevar o capitalismo… andam de sapato de 10 mil reais, o maquiador o tempo todo, faz o cabelinho”, afirmou, provocando risadas de alguns presentes.
O episódio gerou reações imediatas de parlamentares e da sociedade civil. Representantes de movimentos LGBTQIA+ condenaram as declarações, classificando-as como transfóbicas e desrespeitosas, e destacaram a importância de proteger a integridade de Erika Hilton e de outras pessoas trans no parlamento.
Repercussão e apoio a Erika Hilton
A deputada Erika Hilton recebeu apoio de colegas de partido e de outros parlamentares. Líderes do PSOL e movimentos de direitos humanos manifestaram solidariedade, ressaltando que ataques pessoais não podem ser tolerados no Congresso.
Organizações como a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) e a ONG Transcidadania divulgaram notas públicas condenando a postura do deputado Gilvan da Federal. Em suas manifestações, lembraram que o combate à transfobia deve ser prioridade, principalmente em espaços de poder, e que a postura de Erika Hilton ao enfrentar os ataques é exemplo de resistência.
Debate sobre o papel do Legislativo e respeito às minorias
O episódio também reacendeu discussões sobre o comportamento de parlamentares e a necessidade de promover respeito e igualdade dentro das Casas Legislativas. Especialistas em direito público e movimentos sociais destacam que ataques como os sofridos por Erika Hilton reforçam estigmas e dificultam o avanço de pautas voltadas à inclusão de pessoas trans.
Segundo alguns colegas de Câmara, é fundamental que episódios de transfobia e assédio sejam denunciados formalmente. O caso envolvendo Erika Hilton deve ser registrado e analisado por comissões internas, de modo a prevenir futuras situações de desrespeito no parlamento.
Erika Hilton segue atuando apesar das provocações
Apesar do embate, Erika Hilton manteve postura firme e segue comprometida com pautas de direitos humanos e inclusão. Ela ressaltou a importância de debater temas sensíveis, como saúde mental de pessoas trans, segurança no trabalho e políticas públicas voltadas à população LGBTQIA+.
O episódio serviu para reforçar a visibilidade de Erika Hilton, não apenas como parlamentar, mas como símbolo de resistência. A repercussão midiática aumentou a atenção da sociedade para o tratamento dado a mulheres trans no espaço público e para a necessidade de combater preconceitos estruturais no Congresso.
Fonte: Portal ND Mais
Foto: Redes Sociais
Leia mais notícias abaixo
Data para julgamento de Bolsonaro no STF é definida por Zanin; saiba quando
Lula pede cassação de Eduardo Bolsonaro por “traição à pátria”