Na terça-feira (5), a comunidade de Cajazeiras, em Salvador, testemunhou uma noite de grande tensão e torcida organizada. O motivo? Um dos paredões mais intensos do BBB 24, com direito a novos recordes de votação. Davi, representante baiano, permaneceu no programa, conquistando apenas 28,73% dos votos, tornando-se o paredão mais disputado desta temporada do programa.
A presença da torcida foi marcante no bairro natal de Davi, trazendo boa sorte para ele durante a noite decisiva do paredão. Com a permanência do motorista de aplicativo, a comunidade de Cajazeiras celebrou em êxtase, instalando um telão para acompanhar o emocionante evento após a polêmica briga no programa, na qual a maioria dos participantes se voltou contra Davi.
Em um vídeo registrado durante a exibição do telão em Cajazeiras, um morador expressa sua emoção com várias gírias locais, típicas da Bahia, que podem soar incompreensíveis para aqueles de fora da região. “Porra! Chupa, filha da p*ta. Aqui é Bahia, Cajazeiras, descalça! Cajazeiras é o mundo, porra!”, exclama o morador.
Outro vídeo destaca um grupo de motoristas de aplicativo reunidos em Ondina, Salvador, entoando a música que se tornou um sucesso no Carnaval: ‘Calma, calabreso’.
E quem disse que as mulheres não podem expressar regionalismo em seus xingamentos? Uma senhora foi filmada pelo filho lançando todas as gírias regionais da Bahia para as confinadas do BBB, Leidy e Yasmin Brunet. “Ah, filha da p*ta, aqui para vocês, ó [mostra o dedo do meio]. Davi vai ficar aí. Chupa, suas cachorras. Leidy, sente e roda. Você ainda tem que engolir. A próxima a sair é você, kenga. Rolha de poço… Ela querer jogar as roupas de Davi na piscina, cada uma da porra, viu”, dispara.
As gírias regionais da Bahia usadas por Davi dentro do BBB 24 já provocaram discussões no X, antigo Twitter, entre internautas do sul e sudeste do país.
“É muito comum que a linguagem por si só carregue machismo, sexismo, misoginia, racismo, pois isso está impregnado na sociedade há muito tempo. Davi traz consigo uma linguagem formada nos guetos de Salvador, que ele trouxe para o programa, o que é completamente normal”, explica o educador e doutor em antropologia Tedson Souza.
Da redação do Acontece na Bahia
Foto: Globo