A briga judicial pela herança de Zagallo ganhou um novo e explosivo capítulo. Um vídeo inédito do ex-técnico da Seleção Brasileira, Mário Jorge Lobo Zagallo, falecido em janeiro de 2024, aos 92 anos, veio à tona e promete impactar diretamente o julgamento da partilha de bens.
A gravação, feita em 18 de novembro de 2016 e anexada ao processo no último dia 11 de setembro, foi divulgada pela Revista Veja e mostra o “Velho Lobo” lúcido e firme, rebatendo as acusações de que estaria incapaz ao assinar o testamento.
O vídeo que pode mudar tudo
Nas imagens, feitas em um cartório, Zagallo aparece conversando com uma tabeliã e explicando o motivo de suas decisões sobre a divisão dos bens. Ele cita os quatro filhos — Marília Emília, Paulo Jorge, Maria Cristina e Mário César — e deixa clara a relação conturbada com três deles.
“Infelizmente, os três filhos não valem nada… Eu vou escrachar mesmo. Tive quatro filhos, três só estão visando o dinheiro”, diz Zagallo no vídeo.
O ex-treinador detalha ainda que apenas o caçula, Mário César, cuidava dele:
“Paulo Jorge e Maria Cristina não valem nada na minha vida… porque estão fazendo um processo contra minha pessoa, dizendo que sou demente. Só o Mário César, não. Ele me deu toda a atenção. Me ajuda, me leva ao médico, paga as contas. Tudo o que é de interesse para mim, é com ele.”
Testamento e disputa familiar
O testamento, registrado oficialmente, foi reconhecido pela Justiça como válido e irrevogável, destinando 62,5% da herança de Zagallo para o filho Mário César.
Os demais herdeiros — Paulo Jorge, Marília Emília e Maria Cristina — contestam a partilha e pedem investigação sobre supostas movimentações financeiras no exterior e ocultação de imóveis.
Durante a gravação, a tabeliã pergunta a Zagallo se o filho Mário César o obrigou a assinar algum documento. Ele responde com convicção:
“Tudo o que eu fiz foi de livre e espontânea vontade.”
E reforça a clareza de sua decisão:
“O dinheiro é meu. Eu posso fazer o que bem entender dele.”
Contexto e impacto
A divulgação do vídeo enfraquece a tese dos filhos que alegavam manipulação e incapacidade mental do ídolo no momento da assinatura. Advogados próximos ao caso afirmam que o material pode encerrar a disputa a favor de Mário César.
O episódio também reacende o debate sobre testamentos contestados e o cuidado com idosos em situações de fragilidade familiar.
Da Redação com informações da VEJA
Foto: reprodução FIFA