Cultura em luto: Nilton Rasta morre em Feira de Santana aos 63 anos

O percussionista, artesão e ativista cultural José Ivanito de Jesus Portela, mais conhecido como Nilton Rasta, morreu na manhã desta segunda-feira (29), aos 63 anos, em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia. Ele estava internado há 12 dias em um hospital da cidade, tratando complicações de um câncer de próstata.

De acordo com familiares, Nilton faleceu por volta das 6h, após enfrentar fortes dores e um quadro de fraqueza.

Trajetória no Mercado de Arte Popular

Natural de Feira de Santana, Nilton Rasta nasceu em 30 de julho de 1962 e construiu mais de três décadas de carreira no Mercado de Arte Popular (MAP), no centro da cidade, onde manteve por 34 anos um box de instrumentos musicais.

Percussionista, capoeirista e artesão, ele se destacou pela produção de materiais para capoeira — como berimbaus, atabaques e pandeiros — e também por acessórios de inspiração afro, que marcaram seu estilo artístico.

Diagnóstico e luta contra o câncer

O câncer de próstata foi diagnosticado no início de 2024, após exames clínicos. Em entrevistas, Nilton chegou a relatar as dificuldades enfrentadas durante o tratamento, que o afastou do trabalho e dos palcos. Ele também destacou os desafios financeiros, já que alguns procedimentos não eram cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Militância e transformação social

Reconhecido como militante cultural, Nilton Rasta utilizava a arte como ferramenta de resistência e inclusão. Atuava em projetos voltados para crianças e adolescentes no bairro Rua Nova, onde cresceu, e integrava movimentos como o “Pomba de Malê”, que promovia oficinas de capoeira e mantinha uma orquestra de berimbaus.

Último adeus

O corpo de Nilton foi velado na segunda-feira (29), na Rua dos Bandeirantes, bairro Rua Nova. O sepultamento está marcado para esta terça (30), às 10h, no Cemitério São João Batista. Ele deixa a companheira e sete filhos.

A morte de Nilton Rasta causa comoção em Feira de Santana e reforça seu legado como símbolo da cultura popular e da resistência artística na Bahia.

Fonte: Da Redação com informações G1

Foto: Reprodução Redes Sociais