O Brasil se despediu nesta quarta-feira (20) de Grande Otelo Filho, nome artístico de Carlos Sebastião Prata, que morreu aos 70 anos, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Filho de Grande Otelo, um dos maiores ícones da comédia e do cinema nacional, ele deixou uma trajetória marcada por altos e baixos, entre a arte e os desafios da vida pessoal.
A Secretaria Estadual de Saúde confirmou a morte e informou que o ator enfrentava complicações de problemas cardíacos. O corpo será sepultado nesta quinta-feira (21), no Cemitério do Catumbi, na Zona Norte do Rio.
Desafios na vida pessoal e financeira
De acordo com Hugo Gross, presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Rio de Janeiro (SATED/RJ), o ator vinha passando por sérias dificuldades financeiras. A entidade chegou a realizar uma campanha de arrecadação de recursos para custear o sepultamento. A situação trouxe à tona a realidade vivida por muitos artistas brasileiros, que mesmo após carreiras relevantes enfrentam abandono e falta de apoio.
Grande Otelo Filho conviveu com problemas de saúde e também com períodos de instabilidade, agravados por dependência química. Após a morte do pai, em 1993, ele se envolveu com álcool e drogas, o que resultou em anos de sofrimento. Em determinado momento, chegou a viver em situação de rua no Rio de Janeiro.
Recuperação e retorno à TV
O ponto de virada na vida do ator aconteceu em 2018, quando participou de uma reportagem do programa Domingo Show, comandado por Geraldo Luís, na Record. Com a ajuda do apresentador, Grande Otelo Filho foi internado em uma clínica de reabilitação, onde permaneceu por sete meses. Após esse período, conseguiu se reerguer e retomar o contato com a carreira artística.
Três anos depois, em 2021, ele teve a oportunidade de atuar novamente, com uma participação na novela Gênesis, exibida pela Record. Em entrevista concedida ao jornal O Globo, celebrou o retorno às telinhas: “Estar em um set de gravação foi muito simbólico para mim. Me senti renascendo”, disse à época.
Herança artística e memória familiar
Nascido em 13 de agosto de 1955, Grande Otelo Filho era fruto do casamento do pai com Olga Vasconcellos de Souza. Na juventude, chegou a atuar em produções nacionais, mas sua trajetória artística foi ofuscada pelos problemas pessoais. Ainda assim, ele buscava preservar o legado do pai, considerado um dos maiores comediantes e intérpretes do cinema brasileiro.
A relação com a memória paterna sempre foi um ponto de destaque. Em entrevistas, ele costumava lembrar com carinho das lições transmitidas por Grande Otelo, ressaltando a importância da arte como forma de transformação social. Apesar das adversidades, mantinha o desejo de ser reconhecido como alguém que também contribuiu, ainda que em menor escala, para a dramaturgia brasileira.
Últimos anos e despedida
Nos últimos anos, Grande Otelo Filho conviveu com problemas cardíacos, o que fragilizava sua saúde. Apesar disso, amigos e familiares afirmam que ele mantinha esperanças de novos projetos e sonhava em voltar a atuar de forma mais constante.
Sua morte encerra uma trajetória marcada pela herança artística de um dos maiores nomes da cultura nacional e por sua própria luta pessoal. O sepultamento no Catumbi será acompanhado por familiares, amigos e colegas de profissão.
Enquanto o Brasil lembra com saudade de Grande Otelo, também presta sua homenagem ao filho, que enfrentou duras batalhas, mas nunca deixou de carregar o nome da família no universo artístico. Grande Otelo Filho será lembrado não apenas por sua ligação sanguínea com o lendário ator, mas também pela resiliência diante das adversidades que marcaram sua caminhada.
Da Redação com informações da CNN Brasil
Foto: Reprodução/ TV Record
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