A primeira-dama Janja da Silva teria reagido de maneira firme às provocações feitas pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro durante um evento do PL, no último domingo (16). Em tom enfático, Janja afirmou que seu marido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “não usa tornozeleira eletrônica”, numa declaração entendida como uma alusão direta à situação de Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar por determinação judicial.
A fala ganhou repercussão imediata nas redes sociais, onde apoiadores de ambos os lados ampliaram a troca de acusações. Michelle havia chamado Lula de “mentiroso, cachaceiro, pinguço e irresponsável”, em seu discurso, o que gerou reações dentro e fora do ambiente político. Foi a primeira vez que a ex-primeira-dama adotou um tom tão agressivo em público, o que fortaleceu ainda mais a rivalidade simbólica entre as duas figuras femininas mais conhecidas do cenário político brasileiro.
Contexto da provocação
A frase de Janja da Silva foi interpretada como resposta calculada, reforçando a narrativa de que a atual gestão do Palácio do Planalto procura se distanciar do histórico recente de escândalos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O uso da tornozeleira eletrônica por parte do ex-mandatário se tornou um dos símbolos mais comentados da crise política que envolve a oposição, principalmente após as investigações sobre tentativa de golpe de Estado em 2022.
Aliados do governo apontaram que a fala de Janja foi mais do que uma defesa do marido: tratou-se de um recado claro ao núcleo bolsonarista. “Ela mostrou que não vai se intimidar com ataques pessoais e colocou o dedo na ferida”, comentou um deputado do PT sob reserva.
Repercussão política e popular
Nas redes sociais, a frase atribuída a Janja da Silva dividiu opiniões. Militantes governistas aplaudiram a postura considerada “firme e corajosa”, enquanto opositores classificaram a resposta como “desnecessária” e “provocativa”. Perfis ligados ao bolsonarismo passaram a reproduzir trechos do discurso de Michelle, ao mesmo tempo em que tentavam minimizar a referência à tornozeleira de Bolsonaro.
Especialistas em comunicação política destacam que o embate direto entre as primeiras-damas reforça a polarização já existente. “Não é apenas um confronto pessoal, mas um reflexo da guerra simbólica entre dois projetos políticos. Janja representa a defesa da democracia em torno de Lula, enquanto Michelle busca herdar parte do capital político de Bolsonaro”, explicou a cientista política Juliana Rocha.
Michelle Bolsonaro sobe o tom
Durante o evento partidário em Brasília, Michelle elevou o tom ao chamar o presidente Lula de “cachaceiro e irresponsável”, críticas que ecoaram fortemente entre apoiadores de Bolsonaro. Esse foi considerado um movimento estratégico, já que a ex-primeira-dama tem buscado fortalecer sua imagem como possível liderança feminina dentro do PL.
No entanto, a resposta de Janja da Silva rapidamente atraiu os holofotes, justamente por tocar em um ponto sensível: a atual condição judicial de Jair Bolsonaro. A comparação implícita entre um presidente em exercício e um ex-presidente em prisão domiciliar evidenciou as diferenças de momento político vividas pelos dois.
Da Redação com informações via Política Alagoana
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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