Priscila Araújo Barbosa, de 31 anos, merendeira da Escola Municipal Embaixador Barros Hurtado, em Cordovil, Zona Norte do Rio de Janeiro, sofreu ferimentos graves após a explosão de uma panela de pressão na cozinha da escola na última quarta-feira (10). Ela e outros dois merendeiros preparavam comida para uma festa julina que ocorria na escola.
Priscila teve fraturas no rosto, perda de dentes e a mandíbula dilacerada, necessitando de uma cirurgia e traqueostomia. Ela está internada na UTI do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte. De acordo com o hospital, seu estado de saúde é grave, mas estável.
“Minha irmã sofreu fraturas na face e perdeu vários dentes. Ela também quebrou a mandíbula e a língua ficou pendurada. Esse acidente ocorreu em um momento muito difícil para a família. Nossa mãe está em tratamento de câncer e agora aconteceu isso. Ela está estável, porém ainda é grave,” contou Talita, irmã de Priscila.
Talita revelou que sua irmã já havia reclamado sobre o estado das panelas na escola. “Ela comentou que estavam velhas, muito usadas e precisavam ser trocadas. Um dos problemas era o uso intensivo, pois a escola também oferece aulas à noite, quando a gestão do espaço é do governo do Estado. Havia o problema e faltou fiscalização,” explicou.
O marido de Priscila, em entrevista ao RJTV da Rede Globo, disse que o dia do acidente era o último de trabalho de sua esposa antes das férias. “A hospedagem já está paga. A gente ia comemorar os 12 anos que estamos juntos. Aí aconteceu essa tragédia,” lamentou ele.
Luiz Paulo Soares do Nascimento, de 51 anos, também ficou ferido no incidente, mas já teve alta do Hospital Getúlio Vargas. Um terceiro merendeiro, que também estava na cozinha, não se feriu.
“É como se fosse uma granada. Quem está a dois, três metros da panela é atingido por estilhaços. São cortes, lacerações, amputações e até morte. As queimaduras, nesses casos, são secundárias,” explicou o major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que “os colaboradores foram socorridos de imediato pela direção da escola. Eles chegaram conscientes ao hospital, onde receberam pronto atendimento e seguem agora em observação com o apoio necessário.”
Sobre a denúncia do mau estado de conservação da panela, a Secretaria afirmou que “está prestando todo o apoio aos dois profissionais feridos após a explosão de uma panela de pressão. O utensílio foi adquirido há menos de um ano. Foi aberta uma sindicância para investigar as causas da ocorrência.”
Em fevereiro, uma panela carregada de feijão explodiu no Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) Antônio Alfredo Mercadante, em Jesuítas, Santa Cruz. Na ocasião, ninguém se machucou, mas foi por muito pouco. “O barulho foi assustador. Uma merendeira, que é terceirizada, estava no fogão e por milímetros estilhaços não atingiram o rosto dela. O fogão teve que ser trocado. O feijão ficou espalhado por todo lado. E era muita comida. Por dia, a cozinha produz de 180 a 190 refeições,” relatou uma funcionária da escola, que pediu para não ser identificada.
Da redação do Acontece na Bahia
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