“Soro de cavalo” é novo tratamento promissor para em pessoas com covid-19 e ameniza sintomas, aponta estudo

Uma notícia tem sido destaque neste sábado (6).Está em andamento um estudo no qual um potencial tratamento contra a covid-19 foi encaminhado pelo Instituto Butantan na sexta-feira (5) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O tratamento em questão além de estar em andamento no Rio de Janeiro já foi aprovado na Argentina. Entenda. 

Semelhante aos humanos, o animal infectado desenvolve uma resposta ao vírus em seu organismo. Assim sendo, os cientistas usaram um vírus inativado sem capacidade ofensiva para ser injetado em cavalo. Os anticorpos desenvolvidos por estes animais são 50 vezes mais concentrados que nos humanos. Depois de extraído, o plasma é filtrado restando somente os anticorpos contra a covid-19 que serão aplicados em pacientes infectados. 

Assim sendo, testes foram feitos com camundongos que foram infectados com o Sars-CoV-2 para que fosse testado o poder de reação. Dois dias depois de serem contaminados, os camundongos desenvolveram sintomas: “Um dia depois de [injetar] o tratamento, a gente avaliou os camundongos. Nós vimos uma diminuição da carga viral nos pulmões e, consequentemente, ao longo dos dias, a gente viu uma diminuição do processo inflamatório. Houve uma preservação da estrutura do pulmão. E isso dá uma esperança” – afirmou Ana Marisa Chudzinski, Diretora do Centro de Desenvolvimento e Inovação do instituto paulista. 

De acordo com informações da Anvisa existem procedimentos burocráticos a serem resolvidos para começarem os testes em humanos. Com a resolução destes impasses a fase de testes dará início com um número restrito de pacientes e os cientistas avaliarão a segurança e medida da dose a ser administrada. 

Nas fases 2 e 3, será testada a eficácia contra a covid-19 para que os pacientes sintomáticos não evoluam para a forma grave da doença e com isso se reduzam as internações. 

Já houve um tratamento similar desenvolvido em 2020 pelo Instituto Vital Brasil em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, (UFRJ) e a Fundação Oswaldo Cruz com a diferença de que este consegue inativar o vírus e manter a estrutura inteira. 

“No nosso caso [do Butantan], é uma solução de várias proteínas que compõe esse soro. A gente pode partir do princípio que não só um pedacinho do vírus seja responsável por tudo. Mesmo que exista toda uma discussão sobre como a spike é importante, mas a gente tem no soro outras proteínas que também estão lá”, concluiu Chudzinski. 

Da redação do Acontece na Bahia 

Foto: Instituto Butantan/Divulgação