‘Quando vi as imagens fiquei chocado’, diz homem que sobreviveu a queda nos trilhos do Metrô de SP

O homem que caiu nos trilhos da Linha 1-Azul do Metrô, em São Paulo, assistiu neste domingo (24) as imagens do acidente, que viralizaram nas redes sociais, e se surpreendeu com o risco de morte que correu.

“Quando eu vi, fiquei chocado. Quando eu me vi aquela cena, naquela situação… Deu um branco na minha memória – das 5 horas da manhã até as 8h30 eu não sei o que aconteceu comigo”, disse Eliseu Costa, que tem 37 anos e levou três pontos na cabeça.

Há uma semana, ele caiu nos trilhos na altura da estação São Joaquim. Quem estava na plataforma ficou assustado e tentou acordar o homem, sem sucesso.

O desespero ficou ainda maior quando os passageiros perceberam a luz dos faróis da composição se aproximando. A maquinista conseguiu frear a composição a tempo, evitando o atropelamento, como mostram imagens que circularam nas redes sociais.

“Minha função na cabine é supervisionar o trem, os equipamentos. Naquele dia percebi a desenergização da via, pois alguém atuou o dispositivo de emergência. Ainda assim, o trem poderia ter continuado por inércia se não fosse minha intervenção”, contou operadora Amanda. “Fiquei em choque, né. A gente ouve histórias de colegas que passam por isso, e a gente espera que nunca aconteça conosco”, continuou.

Segundo a polícia, que teve acesso às câmeras de segurança da estação, Eliseu desembarcou sozinho na estação às 5h35 e ficou encostado em uma parede por quase meia hora, até que seguiu cambaleando em direção aos trilhos e caiu.

“Naquele dia, eu saí com uns amigos e fomos embora às 3h30. Eu pensei em esperar o Metrô voltar a operar para voltar para casa, e fiquei na estação. Sentei com uns rapazes que estavam ali com cervejas e esta é minha última lembrança”, disse Eliseu. “Acordei no hospital fazendo uma tomografia. A moça até brincou comigo: ‘nossa, você sobreviveu! Caiu no trilho do Metrô’. Eu achei que ela estava me zoando”, completou.

Treinamento
Os operadores de trem do Metrô de São Paulo passam por mais de 40 horas de treinamento em simuladores para saber como atuar em casos de emergências, como o que aconteceu no último domingo (17), na Estação São Joaquim, na Linha 1-Azul. Na ocasião, a maquinista conseguiu perceber e frear a composição a tempo, evitando o atropelamento.

No total, os operadores passam por 480 horas de treinamentos sendo que, no mínimo, 80 horas desse processo são de prática operacional supervisionada. O Metrô possui três simuladores de via: dois no pátio Jabaquara, na Zona Sul, e um em Itaquera, na Zona Leste da cidade.

“Um operador tem uma carga intensa de aprendizado durante a formação e, quando ele está formado, temos um treinamento sazonal para reciclagem. O treinamento inicial vai de três a quatro meses. O funcionário passa pelo menos 480 horas nesse processo. Eles treinam situações que vão de comunicação com o usuário às emergências”, explica Gildo Prado, coordenador de Tráfego do Metrô.

O Metrô tem planos de instalar portas automáticas em todas as estações até 2023.

(Fonte: G1)

(Vídeo: RIT notícias)