Policial da reserva chama mulher e filho dela de “negrada” e diz que tem “ódio de gente morena”; agora ele será investigado

Uma notícia tem sido destaque nas redes sociais neste domingo (19). Foi aberto um inquérito pela Polícia Civil nessa sexta-feira (17) para investigar a conduta do policial militar da reserva, Hélio Martins, de 57 anos, que mora em São Ludgero, no Sul Catarinense, acusado de xingar a mulher e o filho dela por serem negros, fato que foi registrado em imagens de vídeo. O policial admite ser racista e faz ameaças de agredir a mulher que está filmando a cena.

O delegado responsável pelo caso, Éder Matte, disse que o policial será investigado por crime de racismo. A PM emitiu uma nota em que “repudia toda e qualquer tipo de violência contra a mulher ou vulnerável, bem como qualquer tipo de racismo” e informou que o caso será encaminhado à Corregedoria-Geral para investigação. Segundo a corporação, o policial envolvido é um sargento da PM de Santa Catarina que está na reserva desde 2016.

No vídeo gravado o policial é visto discutindo com uma mulher que grava toda a cena. O policial diz “teu filho é um maldito de um negro desgraçado, que é pirracento”. A mulher questiona “por que você tem tanto ódio de gente morena?”. Ele diz “Porque eu tenho ódio, porque eu sou racista, porque eu não suporto negro! Eu tenho amigo negro, mas é amigo decente, não essa negrada do c… que é marrenta que nem tu”.

Na sequência, a mulher fala “Você não bata em mim”. O homem, então, tira o chinelo do pé e se aproxima dela. “Quer ver? Fala de novo! Fala de novo, sua macada do c…!”. Após a sua fala ele se afasta, joga o chinelo no chão e diz “demônio, desgraçada”.

Éder disse que a investigação busca identificar quando o fato ocorreu e onde.”Tudo indica que os fatos foram em São Ludgero. Essa mulher que grava o vídeo, a princípio se apurou que ela é ex-mulher dele. Tudo indica que os fatos se deram na residência do casal, em São Ludgero”, disse. A pena prevista para o crime de racismo é de um a três anos de prisão e multa, de acordo com a lei 7.716/1989.

Segundo o delegado responsável pelo caso, a atitude do policial em partir para cima da mulher com um chinelo na mão, lembrou que  “o crime de ameaça é condicionado a representação. A mulher ainda não nos procurou. A gente está fazendo contato com ela, até para a ouvir no inquérito. Se ela representar, tiver interesse que ele seja processado por esse crime de ameaça, ele vai ser apurado no inquérito também”.

O policial da reserva foi absolvido m 2011 pelo crime de ameaça em ambiente familiar quando foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina.

Da redação do Acontece na Bahia