Polícia apura maus-tratos e manutenção de cães mortos em freezer em casa de ex-presidente de ONG

Após denúncias terem sido recebidas, a Polícia Civil abriu um inquérito na 79ª DP (Jurujuba) para apurar a suspeita de maus-tratos a animais que vivem em uma casa em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, que pertencia à antiga presidente da Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa).

De acordo com as denúncias, no local havia cachorros doentes, urinando sangue, e os animais ficam muitas vezes sem comida ou água. A polícia foi informada, também, de que o imóvel era mau higienizado, onde os cães ficam em meio às fezes que não são recolhidas. Além disso, houve denúncias de que o cachorros mortos costumam ser mantidos em um freezer na residência.

Na última terça-feira (24), um policial da unidade foi até o imóvel, mas o local estava limpo. O agente foi informado de que a limpeza da residência havia sido feita um dia antes.

O imóvel pertencia à antiga presidente da Suipa, Izabel Cristina, que morreu em 2016, mas que, segundo informações preliminares obtidas pela polícia, foi deixada por ela em testamento para a ONG.

A responsável pela denúncia, presidente de uma ONG de proteção animal, disse que soube da situação da casa através de relatos de um funcionário da Suipa. Segundo ele, os cachorros ficam sem alimento porque a ração fica trancada dentro de um cômodo e a higienização do local não é feita frequentemente.

Segundo informações do GLOBO, Marcelo Marques, atual presidente da Suipa, nega as denúncias e afirma que mantém uma equipe da Suipa no local. “Ali não é uma unidade da Suipa, mas sim a casa da antiga presidente. No falecimento dela, a Suipa passou a cuidar desses animais. O que está acontecendo é que um funcionário que não está satisfeito com algumas regras resolveu denúncias. A Suipa está funcionando há 77 anos, cuidando dos animais, e nada disso procede”, disse.

“Os envolvidos devem ser ouvidos nos próximos dias. É uma questão de saúde pública”, afirmou o delegado Bruno Gilaberte, que disse que todos os envolvidos serão chamados a prestar depoimento.