Pescadora joga fora 300 kg de peixe e desabafa sobre prejuízos: ‘Doeu na alma’

O tormento do óleo no mar do Nordeste se arrasta há pelo menos dois meses na Bahia e quem vive da pesca artesanal continua a contar os prejuízos. A dimensão do problema é contabilizada por Rose Meire Silva, uma das pescadoras do Quilombo Rio dos Macacos, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Este mês ela precisou jogar 300 quilos de peixe fora porque ninguém quis comprar. No congelador de Rose ainda estão guardados cerca de 50 quilos de tilápia que também não encontraram mãos de compradores.

“Geralmente, a gente sai de porta em porta vendendo ou também nas feiras livres, mas as pessoas estão com medo de comer até mesmo o peixe do rio, que nem mesmo foi atingido. Eu tive que enterrar uma parte dos peixes perdidos, precisei jogar fora porque ressecou, uma parte a gente comeu. Mas, depois de um tempo eles não prestam mais. Você não sabe como doeu na alma ter que jogar fora e isso é só o número da minha família, imagina juntando todas as outras”, relata ela.

Junto com outros profissionais, Rose participou de uma manifestação na sexta-feira (22) cobrando respostas sobre o pagamento do auxílio emergencial prometido pelo Governo Federal como uma espécie de indenização pelo desastre ambiental. O protesto aconteceu na Superintendência Federal de Agricultura da Bahia (SFA), no Largo dos Aflitos, e terminou sem muitas respostas das autoridades.

(FOnte: Correio24hrs)