Parente de soldado assassinado por traficantes no Cabula: ‘Não é justo um menino tão bom morrer assim’

Foi realizado o funeral, sob forte comoção, de Fernando Silveira Gardiano no Cemitério da Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas, em Salvador, na tarde desta terça-feira (10). Amigos, colegas e familiares se despediram e prestaram suas últimas homenagens ao jovem de 21 anos, morto depois de ter sido espancado e obrigado por traficantes a nadar numa lagoa na comunidade da Timbalada, no Cabula.

Fernando era soldado do Exército. “Servir era um sonho dele. Era um menino bom, que vai fazer falta. Uma convivência tranquila”, desabafou um amigo da vítima.

“Estamos respeitando o pedido da família para evitar exposição nesse momento. A família está abalada, em choque e não quer dar declarações”, informou a assessoria da corporação durante a cerimônia.

Abalados, familiares da vítima chegaram a passar mal durante o enterro. “Meu Deus, como pode? Não é justo um menino tão bom morrer desse jeito. Não é justo”, dizia um familiar durante o velório. “Meu soldado, eu não acredito”, disse um familiar, inconformado com o ocorrido.

O corpo de Fernando foi levado ao local de sepultamento por volta das 15h. O oficiais do Exército prestaram homenagens e a cerimônia foi realizada com todas as honrarias, com direito a salva de tiros e uma banda de sopro. Um dos colegas que tocava, não conteve a emoção e precisou ser amparado por outros colegas após as homenagens.

Por volta das 2h da madrugada do último domingo (8), Fernando e dois colegas, soldados do 6° Batalhão de Polícia do Exército, sediado em Salvador, retornaram de uma festa na Estrada de Barreiras, de carro. Após um deles ter sido deixado nas proximidades de sua residência, na região de Timbalada, um grupo de criminosos, ligados à facção Comando da Paz (CP), abordaram os soldados.

Os soldados foram espancados obrigados a nadarem em uma lagoa e fugir atravessando pela água, enquanto os traficantes atiravam contra eles. Fernando não conseguiu escapar.

Da Redação.