A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na madrugada desta terça-feira (21), o oitavo suspeito de envolvimento no assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros em setembro no litoral paulista. O homem foi identificado como José Nildo da Silva, de 47 anos, e detido em Itanhaém, no Litoral Sul do estado.
Segundo o delegado-geral Artur Dian, o suspeito é apontado como um dos possíveis atiradores que participaram do crime. “Ele era investigado e, após o assassinato, se dirigiu a uma das residências que serviu de base logística para a quadrilha. No momento da prisão, estava armado, usando colete à prova de balas e acompanhado de uma mulher, que ainda não foi localizada”, afirmou Dian.
José Nildo foi levado para o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), na capital paulista, onde presta depoimento. De acordo com a polícia, ele foi encontrado na rua após uma denúncia anônima.
Ligação com o PCC
As investigações confirmam que o crime teve envolvimento direto do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ruy Ferraz, que se aposentou em 2023, havia liderado investigações contra a facção durante seus mais de 40 anos de carreira na Polícia Civil. Mesmo aposentado, ele continuava recebendo ameaças de morte.
Em setembro, Ruy foi executado com ao menos 12 tiros de fuzil, após deixar o expediente como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande. Câmeras de segurança mostraram que o ex-delegado vinha sendo monitorado pelos criminosos há mais de um mês.
Prisões e foragidos
Com a prisão de José Nildo, o número de detidos chega a oito. Entre eles estão Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático — apontado como um dos mentores — e Felipe Avelino da Silva, o Mascherano, cujo DNA foi encontrado em um dos veículos usados no crime.
Outros nomes já confirmados pela investigação incluem Luiz Henrique Santos Batista (Fofão), Rafael Marcell Dias Simões (Jaguar), Cristiano Alves da Silva (Cris Brown), Willian Silva Marques e Dahesly Oliveira Pires.
Duas pessoas permanecem foragidas, enquanto um dos suspeitos, Umberto Alberto Gomes, morreu em confronto com a polícia no Paraná.
O crime
O assassinato de Ruy Ferraz aconteceu no dia 15 de setembro, em Praia Grande (SP). Ele foi perseguido e atingido por rajadas de fuzil logo após sair do trabalho. O ataque envolveu pelo menos quatro criminosos, que utilizaram três veículos e casas alugadas na região para planejar e executar o atentado.
As investigações continuam sob sigilo, mas a Polícia Civil acredita que o crime tenha sido uma vingança do crime organizado, em resposta às ações de Ruy no combate ao PCC.
Da Retadação com informações do g1
Foto: reprodução TV Globo