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Mulher que viveu 38 anos em condições análogas à escravidão é libertada; Família que mantinha a mulher presa é investigada

Uma mulher foi libertada após passar mais de 30 anos reclusa em casas de uma mesma família. Tal fato ocorreu na cidade de Patos de Minas (MG). O programa “Fantástico”, da rede Globo, fez uma reportagem sobre a história da moça.

Madalena Gordiano, de 46 anos, viveu boa parte da vida em condições análogas à escravidão.  Tudo começou quando ela foi adotada pela professora Maria das Graças Milagres Ribeiro.

Desde o começo, Madalena era impedida de sair do apartamento que morava e era responsável por funções domesticas, sem direito a salário, descanso ou férias.

Segundo Madalena, ela começou a morar na casa de Maria das Graças durante a infância, quando ela pedia comida de portas em portas. “Fui lá pedir um pão para comer, porque estava com fome e não tinha pão na minha casa, aí ela [Maria] disse: ‘Não vou te dar pão, você vai morar comigo”, afirmou Madalena.

Assim, iniciaram 38 anos de sofrimento na vida de Madalena. Uma adoção que deveria ser a esperança de uma vida nova tornou-se um pesadelo. A professora adotou a criança na intenção de utilizá-la como empregada doméstica. Dessa forma, Madalena começou a trabalhar lavando e passando roupas da família. Ela também participava da limpeza da casa e ajudando a cuidar dos filhos da professora.

Mais de 20 anos depois a mulher começou a ser rejeitada pelo marido da professora. Assim, a solução da família foi levar Madalena para a casa dos filhos de Maria das Graças, onde a rotina de trabalho análogo a escravidão não mudou.

“Ela acordava às 4h da manhã para poder passar roupas. Ninguém podia ver ela conversando com alguém do prédio, você via que ela ficava com medo quando eles chegavam”, disse ao “Fantástico” um dos moradores do prédio onde Madalena trabalhava.

O filho de Maria da Graças, Dalton Ribeiro, está sendo investigado pelo Ministério Público por manter uma pessoa em condições análogas a escravidão. Dalton se defende falando que não considerava a mulher como uma empregada doméstica, e sim como parte da família.

Além disso, Maria das Graças pode ser investigada e responder pelo crime, uma vez que esse tipo de crime não prescreve.