Laudo médico contradiz versão apresentada pelos três policiais envolvidos na morte do miliciano Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope

Uma notícia tem sido destaque nas redes sociais nesta segunda-feira (29). A ação policial ocorrida em fevereiro do ano passado que resultou na morte do miliciano e ex-capitão do Bope, Adriano da Nóbrega, ganhou mais um capítulo neste dia. Análise feita e revelada por meio de laudo médico aponta que uma bala atingiu Adriano deitado, e não em confronto. 

Com o resultado apontado pela perícia, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), solicitou maiores informações. A secretaria de Segurança da Bahia informou por meio de nota que não recebeu a solicitação feita pelo Ministério Público do Estado. O Ministério Público da Bahia confirmou o envio dos questionamentos. 

Foi realizada uma força tarefa com setenta homens para encontrar Adriano da Nóbrega, mas somente três teriam localizado o ex-capitão do Bope no dia 9 de fevereiro de 2020.A versão apresentada pelos três policiais diz que foi dado voz de prisão a Adriano ainda na varanda e como não houve resposta eles derrubaram a porta. Adriano havia disparado contra os policiais sete vezes, mas nenhum dos tiros acertou os agentes. Para se defenderem, dois dos três PMs dispararam um tiro cada um que atingiram Adriano. 

A necropsia que foi realizada no Rio de Janeiro aponta que ao que tudo indica um dos disparos aparenta ter vindo rente ao chão. Um dos tiros entrou na região da cintura, no lado esquerdo, e saiu pela clavícula e perfurou novamente o corpo de Adriano se alojando no pescoço. Segundo o laudo médico, a trajetória da bala indica que o ex-comandante já estava deitado no chão. 

O laudo médico ainda aponta a falta de vestígios de pólvora nas mãos de Adriano que segundo informações dos três policiais envolvidos no caso havia disparado sete vezes contra eles. A perícia ainda apontou lesões na cabeça de Adriano que teriam sido feitas enquanto o ex-capitão estava vivo e não foram explicadas pelos três policiais envolvidos. 

A companheira de Adriano, Julia Lotufo continua sendo procurada pela polícia e segundo informações ela era a responsável pela contabilidade da quadrilha do marido que tinha lucro de R$ 2 milhões por mês. Além do mandado de prisão por lavagem de dinheiro do patrimônio de Adriano as revelações de Julia podem mostrar ligações do ex-capitão com políticos. 

 

Da redação do Acontece na Bahia