“Era ele ou eu”, diz detento que arrancou coração de colega de cela

A Polícia Civil deu mais detalhes sobre o caso do detento que assassinou e arrancou o coração de um companheiro de cela na Penitenciária Industrial de Blumenau. As novas informações foram divulgadas nesta quinta-feira (17/9).

O delegado responsável pela investigação, Juraci Darolt, ouviu o autor do crime pela segunda vez e logo depois interrogou outros detentos que estavam na cela no momento do crime. Ele descartou o envolvimento de outras pessoas no episódio.

A vítima foi identificada como Alexander Alves, de 27 anos. Segundo Darolt, teria recebido um bilhete de uma facção criminosa há 15 dias.

O bilhete exigia que ele executasse um dos colegas de cela. O escolhido teria sido o autor do homicídio, Luiz Carlos Keller, de 24 anos.

As investigações apontam que na noite do crime Alexander tentou aplicar um mata-leão no autor. No entanto, Luiz conseguiu se defender e golpeou a vítima. Depois de ficar desacordado, ele teria sido executado e, por fim, teve o coração arrancado.

Em um primeiro momento, sempre de acordo com as informações da Polícia, o autor do crime tentou usar uma escova de dentes para abrir o peito e retirar o coração da vítima.

O autor ainda chegou a limpar a cela e colocou o órgão da vítima em uma sacola plástica antes de chamar os agentes penitenciários. De acordo com o delgado, a ação durou cerca de uma hora.

Durante depoimento o autor não demonstrou arrependimento. “Ele explica que precisava tomar uma decisão. Ou ele morria, ou ele matava. Então ele preferiu matar a vítima”, disse o delegado.

Darolt disse ainda que o inquérito do caso está praticamente concluído, já que o autor assumiu o homicídio. Nos próximos dias os documentos serão enviadas ao Ministério Público para dar continuidade ao processo judicial.

Alexander cumpria pena por tráfico de drogas. Luiz por um assassinato em 2015 na cidade de Pinhalzinho, no Oeste de Santa Catarina. Conforme a polícia, ele também teria envolvimento em um homicídio dentro do Presídio Regional de Blumenau, em 2018, em que o detento foi morto de forma semelhante ao crime desta terça (15), exceto pela retirada do coração.

Como não teve sucesso com essa manobra, o detento usou três lâminas de barbear, acessíveis para os detentos para higienização pessoal. Na sequência o homem retirou o coração da vítima com as próprias mãos.