O empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 45 anos, foi encontrado morto em seu apartamento no Engenho Novo, Zona Norte do Rio de Janeiro. Conhecido entre os familiares como um homem simples e de poucos amigos, Luiz Marcelo tinha compartilhado com pessoas próximas que “estava feliz com seu novo relacionamento” com Júlia Andrade Cathermol Pimenta, que agora é a principal suspeita de seu assassinato e está foragida.
Segundo a polícia, Luiz Marcelo morreu após consumir um brigadeirão envenenado com 50 comprimidos de um forte analgésico, supostamente administrado por Júlia. Ela é alvo de um mandado de prisão por homicídio.
Familiares descrevem Luiz Marcelo, carinhosamente chamado de Marcelinho, como uma pessoa bondosa, porém solitária. Seu primo, Bruno Luiz Ormond, revelou ao Globo que, na última sexta-feira, o empresário mencionou que Júlia estava planejando fazer “sua sobremesa favorita”.
Bruno também contou que Luiz e Júlia se conheciam há pouco mais de um ano. Filho único, Luiz admitiu sentir-se solitário após a morte dos pais no início do ano. “Ele era um homem bondoso e sozinho. Virou a vítima perfeita. A mãe do Luiz não gostava da Júlia. Quando viva, era contra o relacionamento deles. Assim que a mãe dele partiu, no início do ano, ela (Júlia) viu uma oportunidade de se reaproximar dele,” afirmou Bruno.
O primo também revelou que Luiz Marcelo recebia pensão por invalidez. Ele havia sido baleado durante um assalto em uma lotérica há dez anos e perdeu o movimento de um dos braços. Com a morte dos pais, Luiz herdou, além do apartamento no Engenho Novo, mais dois imóveis: um no Méier e outro na Ilha de Paquetá.
“Ela fez isso por dinheiro. Por pouco dinheiro. Ele não era um homem rico. Ela estava tentando fazer união estável com Marcelo. Júlia dizia que queria ajudá-lo a fazer investimentos com o dinheiro dele. Por isso, decidiram abrir uma conta conjunta,” acrescentou Bruno. Júlia teria levado do apartamento uma arma legalizada, joias e itens de valor, incluindo um relógio.
O corpo de Luiz Marcelo foi encontrado no dia 20 de maio. Vizinhos, que não o viam desde o dia 17, desconfiaram e chamaram socorro. O cadáver já estava em avançado estado de decomposição, mas uma marca na cabeça sugeriu um possível golpe, levando a polícia a investigar a morte como suspeita.
A Polícia Civil revelou que durante as investigações “os agentes apuraram que a namorada de Luiz Marcelo esteve no apartamento enquanto ele já estava morto e agiu com a ajuda de sua comparsa, que trabalharia como cigana.”
A suposta comparsa, Suyany Breschak, confessou ter ajudado a se livrar dos pertences da vítima. Ela revelou que boa parte de seus ganhos vinha dos pagamentos de uma dívida de Júlia. Em depoimento, Suyany informou que Júlia colocou 50 comprimidos no brigadeirão “envenenado.”
Júlia é considerada foragida da Justiça, com um mandado de prisão em aberto por homicídio qualificado. O caso continua sob investigação da 25ª DP (Engenho Novo).
Suyany Breschak, a cigana suspeita de envolvimento, foi presa pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na manhã desta quarta-feira (29). Ela era famosa nas redes sociais e cobrava até R$ 1.000 por uma “amarração do amor”.
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Da redação do Acontece na Bahia